2 de março de 2008
O "morde e assopra" da revista Veja
Há muito observo uma tática que se repete no semanário da Editora Abril: sempre que uma capa estremece a "aura" de independente da revista (para aqueles assinantes que ainda creem nisso), a capa seguinte é um assunto "unânime", geralmente um tema venal, como saúde, estética, tecnologia ou outro "frio". Nunca um assunto político, nem polêmico. Quem quiser pesquisar no próprio site da revista verá que esta observação é pertinente.
Isso ocorreu agora. Após a manifestação de direitismo indisfarçável, uma peça memorável com o seu "já vai tarde" sobre a silhueta de Fidel Castro, semana passada, o tema de capa desta semana é "Um raio X da saúde dos brasileiros". Ou seja, após destoar de todos os veículos de imprensa, que preferiram focar na sucessão, mesmo aqueles que sabemos serem contra a esquerda, a Veja "reúne" seus amigos leitores para uma conversa amena de happy hour ou de fim de festa de batizado de cadela de madame, como se dissesse: "vamos mudar de assunto", depois de uma gafe monumental.
Talvez tenha sido uma tática bem sucedida até hoje, visto ainda ser a maior tiragem entre as revistas semanais (embora se verifique queda nas vendas). Mas é interessente notar esse "morde e assopra" dos seus editores, e nos perguntar como é que 1 milhão de leitores ainda consomem esse jornalismo "boca do lixo".
Isso ocorreu agora. Após a manifestação de direitismo indisfarçável, uma peça memorável com o seu "já vai tarde" sobre a silhueta de Fidel Castro, semana passada, o tema de capa desta semana é "Um raio X da saúde dos brasileiros". Ou seja, após destoar de todos os veículos de imprensa, que preferiram focar na sucessão, mesmo aqueles que sabemos serem contra a esquerda, a Veja "reúne" seus amigos leitores para uma conversa amena de happy hour ou de fim de festa de batizado de cadela de madame, como se dissesse: "vamos mudar de assunto", depois de uma gafe monumental.
Talvez tenha sido uma tática bem sucedida até hoje, visto ainda ser a maior tiragem entre as revistas semanais (embora se verifique queda nas vendas). Mas é interessente notar esse "morde e assopra" dos seus editores, e nos perguntar como é que 1 milhão de leitores ainda consomem esse jornalismo "boca do lixo".