3 de julho de 2007

 

Paulo Souto e ACM Neto vaiados no desfile do Dois de Julho

O pessoal do PFL (DEM) bem que tentou embarcar na querela APLB versus Governo da Bahia. Não deu, enfrentaram - depois de 20 anos - o final da fila do desfile da Independência da Bahia e ainda levaram uma bruta vaia quando chegaram ao Terreiro de Jesus, bem na esquina da Cantina da Lua. A beleza da festa foi embaçada pelas vaias dos professores arrebanhados pelo presidente da APLB, Rui Oliveira, militante do PCdoB. Foi inusitado, o PCdoB da APLB vaiava o PCdoB que desfilava junto ao governador Jaques Wagner.

O Dois de Julho é um desfile cívico, civil e popular, ao contrário do Sete de Setembro que não passa de uma demonstração militarista. Neste ano, a participação popular chamou a atenção, das sacadas moradores e visitantes aplaudiam fanfarras colegiais, grupos de samba, capoeira e autoridades. O Centro Histórico se engalanou para o desfile. Como sempre, políticos participaram da festa. É uma tradição. A imprensa sempre trata a presença dos políticos com certo ranço, um equívoco.

A jornalista do jornal A Tarde escreveu que, em certo pontos, o grupo petista era vaiado “por pessoas que acompanhavam o desfile”. Na verdade, todos foram vaiados pelos professores que entraram em greve e querem receber sem trabalhar. Alguns vaiaram o PT, outros vaiaram o PMDB. Os que desfilavam respondiam as vaias com aplausos, palmas. No tempo do PFL, Paulo Souto, ACM e o resto da malta as vaias eram tratadas com empurrões e ameaças. Wagner suportou bem a armação do PCdoB classista.

O jornal A Tarde registrou bem: Na Praça Thomé de Souza (Praça Municipal), no Centro Histórico, um grupo de pais e estudantes de colégios públicos reclamava da greve dos professores, que dura mais de 50 dias. Com faixas e cartazes, protestaram em frente à sede da Prefeitura. “Nosso direito constitucional está sendo aviltado. Queremos que o impasse entre governo e professores seja resolvido para que as aulas sejam retomadas o mais rápido possível”, afirmou o líder comunitário Domingos Araújo, pai de três jovens que estudam na rede pública de ensino.

O Dois de Julho na Bahia é democrático. Há protestos de todo tipo. A ex-senadora Heloisa Helena, embora sem o brilho de outrora, criticava Lula. O ex-tudo Cristovam Buarque falou as bobagens de sempre sobre educação. Torcedores do Bahia Futebol Clube pediam Diretas Já. O pessoal do Greenpeace distribuía folhetos e até um grupinho fora-do-lugar dizia não à transposição das águas do rio São Francisco.

Participei do desfile, ao lado de Wagner, logo, também fui vaiado pelos professores que querem receber sem trabalhar. É tudo muito estranho. Depois de décadas a esquerda e democratas de verdade chegam ao poder na Bahia e professores abrem dissidência por causa do umbigo. Pararam de trabalhar porque pedem um aumento que não cabe nas contas do governo do Estado. Aquela turma vestida de preto me lembrava mais os fascistas de Mussolini. Sindicato manipulado é perigoso.

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