25 de junho de 2007
HISTÓRIA FUZILADA. A MÍDIA MENTE E FALSEIA SOBRE LAMARCA
Para criticar a indenização à família de Lamarca, a grande mídia se vale de tudo, até distorcer os fatos e reviver o linguajar da repressão. Mas, a revista Carta Capital repõe a verdade histórica, em reportagem do jornalista Sérgio Lírio, para desgosto dos proprietários de jornal, jornalistas vendidos e militares saudosos dos horrores da ditadura.
A matéria não está na Carta Capital On Line. Quem quiser ler tem que comprar a versão impressa. O jornalista recupera os textos da Folha de S. Paulo e do Estado de S. Paulo. Poderiam ser textos de 1971, quando eles saudaram a morte de Carlos Lamarca entregando a alma aos torturadores dos quartéis. Mas, não. São textos atuais.
O repórter me perguntou sobre o episódio. Eu respondi: “Foi uma execução”. E expliquei que olhando assim à distância parecia uma insanidade, loucura, terrorismo. Mas, o regime era tão insano, louco e terrorista que era um caldeirão favorável ao surgimento das teses da luta armada. Tanto que após a redemocratização tais propostas desapareceram.
Eu entrei na matéria porque junto com o jornalista e escritor Emiliano José escrevi o livro Lamarca, O Capitão da Guerrilha. Ocorreu até uma pequena imprecisão de data. O repórter de Carta Capital afirmou que o livro foi escrito em 1989. Na verdade, foi em 1980, sendo lançado em 1981. Isso tem grande diferença porque em 1989 o país já tinha reconquistado a democracia e em 1981 era ditadura terrorista ainda. Foi duro lançar o livro. Ameaças, processos, pressões.
A matéria de Carta Capital repõe a verdade que a grande mídia – leia-se Folha, Estadão, O Globo, Jornal do Brasil e revistas semanais – insiste em distorcer, mentir e falsear.
Não houve combate. O laudo da necrópsia, assinado pelo legista Charles Pittex, do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, de Salvador, desaparecido durante 25 anos, provou que Lamarca foi executado.
Levou três tiros não-fatais pelas costas, e outros quatro tiros pela frente, na região do peito, sendo um direto no coração, à queima-roupa. O hoje general de pijama, Nilton Cerqueira, deveria ter vergonha e não se vangloriar. É crime matar um prisioneiro. Até na guerra.
O repórter enriquece a matéria ouvindo a historiadora Wilma Antunes Maciel, autora do livro “Capitão Lamarca e a VPR: Repressão Judicial no Brasil”. Também lembra que a reabilitação do guerrilheiro foi fruto de um trabalho da Comissão de Desaparecidos Políticos da Câmara de Deputados, em 1997, sob comando de Nilmário Miranda, ex-Secretário Nacional dos Direitos Humanos.
Em suma. Se Lamarca foi executado, a União tem que pagar. A indenização à família além de legal é justa. Dinheiro algum paga uma vida.
A matéria não está na Carta Capital On Line. Quem quiser ler tem que comprar a versão impressa. O jornalista recupera os textos da Folha de S. Paulo e do Estado de S. Paulo. Poderiam ser textos de 1971, quando eles saudaram a morte de Carlos Lamarca entregando a alma aos torturadores dos quartéis. Mas, não. São textos atuais.
O repórter me perguntou sobre o episódio. Eu respondi: “Foi uma execução”. E expliquei que olhando assim à distância parecia uma insanidade, loucura, terrorismo. Mas, o regime era tão insano, louco e terrorista que era um caldeirão favorável ao surgimento das teses da luta armada. Tanto que após a redemocratização tais propostas desapareceram.
Eu entrei na matéria porque junto com o jornalista e escritor Emiliano José escrevi o livro Lamarca, O Capitão da Guerrilha. Ocorreu até uma pequena imprecisão de data. O repórter de Carta Capital afirmou que o livro foi escrito em 1989. Na verdade, foi em 1980, sendo lançado em 1981. Isso tem grande diferença porque em 1989 o país já tinha reconquistado a democracia e em 1981 era ditadura terrorista ainda. Foi duro lançar o livro. Ameaças, processos, pressões.
A matéria de Carta Capital repõe a verdade que a grande mídia – leia-se Folha, Estadão, O Globo, Jornal do Brasil e revistas semanais – insiste em distorcer, mentir e falsear.
Não houve combate. O laudo da necrópsia, assinado pelo legista Charles Pittex, do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, de Salvador, desaparecido durante 25 anos, provou que Lamarca foi executado.
Levou três tiros não-fatais pelas costas, e outros quatro tiros pela frente, na região do peito, sendo um direto no coração, à queima-roupa. O hoje general de pijama, Nilton Cerqueira, deveria ter vergonha e não se vangloriar. É crime matar um prisioneiro. Até na guerra.
O repórter enriquece a matéria ouvindo a historiadora Wilma Antunes Maciel, autora do livro “Capitão Lamarca e a VPR: Repressão Judicial no Brasil”. Também lembra que a reabilitação do guerrilheiro foi fruto de um trabalho da Comissão de Desaparecidos Políticos da Câmara de Deputados, em 1997, sob comando de Nilmário Miranda, ex-Secretário Nacional dos Direitos Humanos.
Em suma. Se Lamarca foi executado, a União tem que pagar. A indenização à família além de legal é justa. Dinheiro algum paga uma vida.