20 de dezembro de 2006

 

Souto ganha tapa com luva de pelica na diplomação de Wagner

A ausência do governador Paulo Souto à cerimônia de diplomação (19/12/06) do governador eleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), mais que uma grosseria, foi uma verdadeira agressão aos parlamentares estaduais e federais diplomados. Um desrespeito ao Poder Judiciário e ao Poder Legislativo, muito próprio do carlismo moribundo. A manchete do jornal A Tarde explica a atitude anti-democrática: “Dultra Cintra diploma Jaques Wagner”.

Foi uma decisão política infeliz da cúpula carlista. Além de Souto, não compareceram o deputado Fábio Souto (filho do governador derrotado nas urnas), o deputado ACM Neto, com a desculpa de ter sido esfaqueado por uma eleitora e Paulo Magalhães, sobrinho do senador ACM. João Almeida (PSDB) pode ter se ausentado em solidariedade ao seu novo líder, Paulo Souto. E Severiano Alves (PDT) como um recado à família Barradas Carneiro, com quem anda às turras pelo controle partidário. João Leão não foi, mas, mandou o filho Cacá Leão representá-lo.

Duas ausências foram marcantes. O vice-governador Edmundo Pereira Santos (PMDB) não compareceu porque acompanha seu filho enfartado num hospital de Vitória da Conquista. A desembargadora Lícia Laranjeira, ainda presidente do Tribunal Regional Eleitoral, preferiu comparecer a outro compromisso e deixar espaço aberto para o vice-presidente do Tribunal, desembargador Carlos Alberto Dultra Cintra.

Foi justo, já que o STF decidiu que Dultra Cintra continua na Corte, ao contrário do pretendido em processo movido pelo PFL. Único a se manifestar, Wagner dedicou sua vitória ao Poder Judiciário representado pelo desembargador Dultra Cintra.

A ausência dos carlistas tinha a clara intenção de apequenar o ato da diplomação. Seis ausências entre 104 diplomados não causaram sequer um ligeiro mal-estar. O público presente não sentiu nada, a julgar pelos aplausos e animação. O senador ACM não fez falta.

O governador eleito e diplomado Jaques Wagner, em resposta à ausência do governador derrotado, deu-lhe um tabefe com luva de pelica, ao elogiar mais uma vez sua atitude democrática de reconhecer a derrota e permitir uma transição tranqüila.

Seguindo sua linha editorial, o jornal da família ACM - Correio da Bahia - inventou que o deputado Luis Bassuma não compareceu e misturou ausências justificadas, como do vice-governador Edmundo Pereira Santos e da desembargadora Lícia Laranjeiras, com as ausências políticas e desrespeitosas da cúpula carlista.

O governador eleito de Sergipe, Marcelo Deda (PT) e o deputado federal Sigmarina Seixas (PT-DF) foram bastante aplaudidos. À saída, uma multidão esperava o governador Jaques Wagner que, alegre e feliz, foi praticamente arrastado nos braços do povo, sob os olhares preocupados da segurança.

Foi uma festa do PT, da esquerda da Bahia e da democracia republicana.

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