8 de setembro de 2006
Terra Magazine noticia Marilena Chaui em Salvador
A revista eletrônica Terra Magazine publicou, em primeira mão, matéria sobre a conferência de Marilena Chauí em Salvador, que atendeu convite do jornalista, professor universitário e deputado Emiliano, candidato a deputado federal pelo PT.
LEIA A MATÉRIA DE TERRA MAGAZINE:
http://terramagazine.terra.com.br
Terra Magazine
Violência é modo de ser da sociedade, diz Chauí
Quinta, 7 de setembro de 2006, 07h59
Cinco telões, quatro auditórios lotados, 2 mil estudantes e professores apinhados nos auditórios e corredores até quase o início da madrugada da quarta-feira (6). Tudo isso para ouvir a professora de Filosofia da USP Marilena Chauí na palestra "Mídia e Poder", realizada em Salvador.
O evento na Fundação Visconde Cairu, mediada pelo professor de comunicação e deputado estadual Emiliano José (PT-BA), teve como uma das veredas escolhidas por Marilena Chauí o tema "a ideologia da competência".
Para ela, o "discurso competente", cristalizado na imagem do chamado "formador de opinião", determina quem tem o direito de falar e quem deve ouvir. Quem fala detém o conhecimento, e os desprovidos de saber devem apenas ouvir e obedecer. A filósofa afirma que a oposição ao presidente Lula, detentora desse discurso, insiste em colar nele a imagem de incompetente.
Marilena Chauí disse ainda que a violência é o modo de ser da sociedade no Brasil, e que o mito do "pacífico e ordeiro" passa longe daqui. "A sociedade brasileira é violenta, autoritária, vertical, hierárquica e oligárquica, polarizada entre a carência absoluta e o privilegio absoluto. No Brasil há bloqueios e resistências à instituição dos direitos econômicos, sociais e culturais".
O problema da violência, que é estrutural, é transformado pelas elites e pelos meios de comunicação em um "momento acidental, um surto, uma epidemia" e não uma característica já enraizada na sociedade brasileira, uma decorrência da sua formação, dos seus hábitos, métodos, meios e, principalmente, da desigualdade.
Para diminuir o enorme vão entre os dois pólos em que está dividida a sociedade, a carência absoluta e o privilégio absoluto, Chauí indica que, numa democracia, o "caminho se dê via instituição de direitos (...) Na medida em que aqueles que são de fato excluídos de direitos são considerados universalmente como portadores de direitos, temos que observar que cada direito afirmado abre um campo de luta para afirmação e conquista de novos direitos, seja como complemento, como efeito ou como recurso de legitimação".
LEIA A MATÉRIA DE TERRA MAGAZINE:
http://terramagazine.terra.com.br
Terra Magazine
Violência é modo de ser da sociedade, diz Chauí
Quinta, 7 de setembro de 2006, 07h59
Cinco telões, quatro auditórios lotados, 2 mil estudantes e professores apinhados nos auditórios e corredores até quase o início da madrugada da quarta-feira (6). Tudo isso para ouvir a professora de Filosofia da USP Marilena Chauí na palestra "Mídia e Poder", realizada em Salvador.
O evento na Fundação Visconde Cairu, mediada pelo professor de comunicação e deputado estadual Emiliano José (PT-BA), teve como uma das veredas escolhidas por Marilena Chauí o tema "a ideologia da competência".
Para ela, o "discurso competente", cristalizado na imagem do chamado "formador de opinião", determina quem tem o direito de falar e quem deve ouvir. Quem fala detém o conhecimento, e os desprovidos de saber devem apenas ouvir e obedecer. A filósofa afirma que a oposição ao presidente Lula, detentora desse discurso, insiste em colar nele a imagem de incompetente.
Marilena Chauí disse ainda que a violência é o modo de ser da sociedade no Brasil, e que o mito do "pacífico e ordeiro" passa longe daqui. "A sociedade brasileira é violenta, autoritária, vertical, hierárquica e oligárquica, polarizada entre a carência absoluta e o privilegio absoluto. No Brasil há bloqueios e resistências à instituição dos direitos econômicos, sociais e culturais".
O problema da violência, que é estrutural, é transformado pelas elites e pelos meios de comunicação em um "momento acidental, um surto, uma epidemia" e não uma característica já enraizada na sociedade brasileira, uma decorrência da sua formação, dos seus hábitos, métodos, meios e, principalmente, da desigualdade.
Para diminuir o enorme vão entre os dois pólos em que está dividida a sociedade, a carência absoluta e o privilégio absoluto, Chauí indica que, numa democracia, o "caminho se dê via instituição de direitos (...) Na medida em que aqueles que são de fato excluídos de direitos são considerados universalmente como portadores de direitos, temos que observar que cada direito afirmado abre um campo de luta para afirmação e conquista de novos direitos, seja como complemento, como efeito ou como recurso de legitimação".