11 de julho de 2013
Médico é privilegiado. Medicina é a carreira que tem melhor desempenho trabalhista
O presidente do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e atual ministro-chefe da
Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Marcelo
Neri, se manifestou favorável à vinda de médicos estrangeiros ao Brasil por
causa da escassez dos profissionais no país. O Ipea divulgou um estudo
informando que medicina é a carreira que tem o melhor desempenho trabalhista no
Brasil, com base em quatro critérios: salários, jornada de trabalho, cobertura
previdenciária e facilidade de se conseguir emprego. Argumentos do CFM caem por terra.
De acordo com o estudo, o salário médio dos médicos é o mais
alto do mercado de trabalho (R$ 8,4 mil). Outro dado que torna o curso atraente
para o estudante é a facilidade de emprego. Segundo técnicos do Ipea, os dados
levantados com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do
Ministério do Trabalho, entre 2009 e 2012, mostram que a medicina é a carreira
em que mais facilmente se é empregado : pelo menos 97% dos formandos encontram
trabalho, diz o estudo.
“Das carreiras analisadas, medicina é a que tem mais
escassez de mão de obra. Quando esses dados são analisados geograficamente,
percebe-se que, em alguns lugares, a presença de médicos é um quinto em relação
à de outros lugares”, explicou Neri, ainda que a medicina não tenha sido o alvo
do estudo divulgado hoje, que avaliou a situação de diversas profissões. Sobre
a situação dos médicos, Neri ressaltou que os dados não são novos e já haviam
sido demonstrados pela última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad), em 2010.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, no Brasil, há 1,8
médico para cada mil habitantes. Na Argentina, a proporção é 3,2 médicos para
mil habitantes e, em países como Espanha e Portugal, essa relação é quatro
médicos. Cai, assim, por terra, o argumento do Conselho Federal de Medicina que
garante que há médicos em número suficiente.
De acordo com Marcelo Neri, os dados que colocam a medicina
como a carreira com mais vantagens trabalhistas – altos salários, cobertura
previdenciária e fácil empregabilidade, que compensam a extensa jornada de
trabalho -, mostram que o mercado vem reconhecendo a importância da profissão,
por meio da valorização da carreira, expressa pelas melhores condições
oferecidas. Situações em que são verificados baixos salários, segundo ele, são
exemplos de situações escondidas por médias.