25 de julho de 2013
Enquanto jalecos brancos faziam passeata, médicos trabalhavam
Nem tudo é notícia ruim na área médica. Enquanto centenas de
profissionais, terça-feira, 23, faziam
passeata fantasiados de jaleco branco (rezem para que tenham desinfetado as
roupas de trabalho expostas nas ruas), a equipe médica do Hospital da Cidade,
localizado no bairro Caixa D´Água, em Salvador, passava por treinamento com o
simulador do aparelho Greenlight – Laser Therapy, que trata as doenças benignas
da próstata de forma mais rápida e com menos efeitos colaterais. A conseqüência
será a redução do tempo de internação do paciente.
Os treinamentos da equipe urológica do Hospital da Cidade
ocorreram exatamente na hora em que os médicos puxados pelo sindicato e,
vergonhosamente, pelo Conselho Federal de Medicina, ocupavam a avenida Tancredo
Neves com seus tambores e fantasias. A iniciativa dos médicos do HC demonstra a
preocupação que a unidade de saúde tem por seus profissionais e, em
conseqüência, por seus pacientes. O Greenligth – Laser Therapy é tecnologia dos
EUA utilizada já há quatro anos na Bahia, que permite a remoção do tecido a
laser, resultando num canal aberto para que o fluxo da urina transcorra
livremente.
DESFILE À FANTASIA - De minha sala, na avenida Tancredo
Neves, vi passar o desfile dos jalecos brancos de Salvador. Muito tambor e slogans falaciosos. Mas, com total
proteção democrática da Polícia Militar da Bahia. Liderados pelo sindicato, médicos
de Salvador aderiram ao protesto nacional. Eles são contra o programa “Mais
Médicos” do governo federal, que objetiva contratar médicos para cerca de 2.500
cidades brasileiras. Na Bahia há 264 municípios sem médicos. É incompreensível,
para mim, que médicos sejam contra a ida de médicos para o interior, com
salários de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Não que as reivindicações deles sejam absurdas. Eles querem
mais apoio para o SUS - o Sistema Único de Saúde, pelo menos era o que repetiam
nas ruas. O que não dá para aceitar é que contraponham melhores condições para
o SUS ao programa “Mais Médicos”. Dizem que o problema não é a FALTA de médicos
e sim de estrutura e equipamentos. É falso o argumento. Faltam médicos no interior. Os números não
mentem e quem sabe da desgraça é o morador do município que não tem nenhum
médico.
O pior dos argumentos foi usado pelo presidente do Sindicato
dos Médicos do Ceará, José Pontes. Segundo ele, referindo-se ao programa Mais
Médicos, “é como contratar cozinheiro sem feijão, fogão ou pratos”. Raciocínio muito
estúpido. Médico não pode ser comparado a cozinheiro (nada contra cozinheiro),
e pessoas não podem ser comparadas a feijão e fogão. Não dá para respeitar esse
pessoal.
Vivam os médicos, abaixo a máfia de branco.