16 de maio de 2013

 

Deputada Luiza Maia apresenta MOÇÃO DE PROTESTO contra pastor Átila Brandão

ÍNTEGRA DA MOÇÃO DE PROTESTO APRESENTADA NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA BAHIA PELA DEPUTADA LUIZA MAIA (PT) CONTRA PASTOR ÁTILA BRANDÃO QUE QUER PROCESSAR O JORNALISTA EMILIANO JOSÉ.

Estado da Bahia
Assembleia Legislativa
Deputada Estadual Luiza Maia

EMENTA – Moção de Protesto em face da postura adotada pelo pastor Átila Brandão, bispo da Igreja Batista Caminho das Árvores, que ajuizou queixa-crime, no Juizado Especial Criminal da Comarca de Salvador, contra o jornalista e escritor Emiliano José.

Senhor Presidente,

Requeiro a Vossa excelência, nos termos regimentais, ouvido o plenário, que seja registrada nos Anais da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia e publicado nos órgãos de comunicação oficiais da Casa, MOÇÃO DE PROTESTO em face da postura adotada pelo pastor Átila Brandão, bispo da Igreja Batista Caminho das Árvores, que ajuizou queixa-crime, no Juizado Especial Criminal da Comarca de Salvador, contra o jornalista e escritor Emiliano José, ante a publicação, em 11 de fevereiro de 2013, no jornal A Tarde, do artigo intitulado “A premonição de Yaiá”.

A queixa-crime reproduz o depoimento de D. Maria Helena Rocha Afonso, documentado or gravações, conhecida como D. Yaiá, mãe do hoje professor de História Renato Afonso, que confirmou as acusações de tortura que teriam sido praticadas pelo querelante. O depoiamento do professor Renato Afonso, que serviu de fundamento para o jornalista Emiliano José publicar o artigo no jornal A Tarde, foi divulgado no site da revista Carta Capital com o título “Corpo amputado querendo se recompor” em que ele narra em detalhes as torturas infligidas por Átila Brandão e denunciadas por D. Yaiá, no Quartel da Polícia Militar dos Dendezeiros, em Salvador.

Não por coincidência, o ex-preso político Renato Afonso, à época militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), em 1968, era estudante da Faculdade de Direito da UFBA. Ele participou do movimento para expulsar da universidade oficiais da PM, que agiam como espiões, entre eles Átila Brandão de Oliveira. Os estudantes acusavam os oficiais de espancar alunos durante os conflitos de rua com a polícia. Os fatos estão registrados em documento encontrato pelo Grupo Tortura Nunca Mais, no SNI.

Em 1970, o então militante foi preso no Rio de Janeiro, chegando a sofrer, no Centro de Tortura da rua Barão de Mesquita, uma simulação de fuzilamento. Salvo por interferência do arcebispo Eugênio Sales, a pedido da família, Renato Afonso foi transferido para Salvador, ficando preso no Quartel da Polícia Militar dos Dendezeiros.

O PROTESTO que ora se formula reside na circunstância de que o querelante, pastor Átila Brandão, ignora as atividades de jornalista do autor e concentra a argumentação dele na condição de suplente de deputado federal, sustentando que o querelado não teria a imunidade parlamentar.

Registre-se que o Sindicato jos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) publicou, recentemente, uma Nota de Protesto, sob o entendimento de que a propositura da queixa-crime consiste em ameaça à liberdade de expressão.  Isso posto, requeremos que esta iniciativa, em nome da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia , seja comunicada ao jornalista e escritor Emiliano José, na forma de protesto à utilização de uma ação judicial com o propósito de cercear a liberdade de imprensa, expressão e comunicação.
Sala das Sessões, 14 de maio de 2013
Luiza Maia
Deputada Estadual – PT

Comments: Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?