29 de julho de 2011

 

Não deixe essa chama se apagar

O site Bahia Notícias, do jornalista Samuel Celestino, lembrou bem. O jornalista João Falcão, que faleceu no último dia 27 de julho, aos 92 anos, foi o fundador do Jornal da Bahia em 1958, veículo que revolucionou as técnicas de redação da imprensa baiana, ao introduzir nas suas matérias o conceito do lead e sub-lead, ou pirâmide invertida.

O Jornal da Bahia formou uma geração de jornalistas baianos que se iniciaram ainda estudantes, entre eles Florisvaldo Mattos, João Carlos Teixeira Gomes, Wilter Santiago, Flávio Costa, Glauber Rocha (cineasta que fundou o Cinema Novo), Hélio Mendes, Gilson Nascimento e o próprio Samuel Celestino.

João da Costa Falcão foi deputado pelo Partido Comunista (PCB), quando na legalidade após a Constituição de 1946. Era escritor e entre seus livros está “O Partido Comunista que eu Conheci”. Já com 92 anos de idade, mas absolutamente lúcido e atuante, preparava mais um livro, a biografia de Luis Carlos Prestes. Ingressou no final do ano passado na Academia de Letras da Bahia e foi fundador do Banco Baiano da Produção.

O Jornal da Bahia sofreu uma asfixia financeira comandada por Antônio Carlos Magalhães, no seu primeiro governo, no início dos anos 70, em retaliação pelas críticas a ele feitas quando era prefeito de Salvador. Mesmo assim, com a campanha “Não deixe esta chama se apagar”, o jornal, perseguido ainda pela ditadura, conseguiu resistir ao cerco, mas acabou sucumbindo diante da ampliação da asfixia para atingir também os anunciantes do jornal.

O JBa. foi um marco importante na história do jornalismo baiano.

Comments: Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?