21 de julho de 2011

 

Cineasta Edgard Navarro apresenta seu longa “O homem que não dormia”

O jornal digital Bahia247 entrevista o cineasta baiano Edgard Navarro. É um figuraço. Ele está concorrendo a mais um prêmio. Foi selecionado pelo 44º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro com seu longa-metragem “O homem que não dormia”, em fase de pré-estreia no Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual, em Salvador, agora em julho. O diretor de “SuperOutro” (1987) e de “Eu me lembro” (2005) mora em Lauro de Freitas.

Foi neste mesmo Festival de Brasília que Edgard Navarro, em 1985, foi premiado pelo curta-metragem “Porta de Fogo”, uma bela ficção sobre os últimos dias do capitão guerrilheiro Carlos Lamarca, no sertão de Brotas de Macaúbas. Na Jornada de Cinema da Bahia, o filme chegou a ser selecionado para o Festival de Havana. Em 1984, a ditadura militar agonizante ainda encontrou fôlego para atrapalhar o lançamento do filme. Com a abertura veio a premiação. E depois outras muitas premiações.

Não sei porquê, Navarro tinha uma cisma comigo e com Emiliano José. Ele achava que não gostávamos do seu “Porta de fogo”. Fomos convidados para um debate após uma exibição na Sala Walter da Silveira, na Biblioteca dos Barris, e ele se surpreendeu com nosso entusiasmo. Eu e Emiliano José escrevemos o livro-reportagem “Lamarca, O Capitão da Guerrilha” (Global Editora, 1980). Certamente ele achava que éramos, quem sabe, leninistas, o pessoal do realismo soviético, sei lá. Nasceu uma bela amizade. E nunca mais perdemos um filme de Edgard Navarro.

Em 2007, Emiliano José escreveu um artigo, no jornal A Tarde, intitulado “DELÍRIO E SONHO”: “Agora, Edgard Navarro explode com “Eu me lembro”. Uma maravilha. Um mergulho proustiano, felliniano, talvez glauberiano, tantas as influências que podem ser detectadas. Quem sabe mais navarriano, uma incursão muito singular sobre a conturbada existência dele próprio. Um retrato dolorido e poético que vai da infância à fase adulta, passa pelos anos 50, 60, e se desdobra nos anos 70, plena ditadura (...) ”fruir a beleza do filme que nos leva ao êxtase é simples. Duro é expressar isso”.

LEIA DELÍRIO E SONHO

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