23 de julho de 2011

 

Parlamentar compara ensino da UNIFACS a fábrica de picolé

Soube que o deputado Emiliano José (PT-BA) foi convidado pela alta cúpula nativa da UNIFACS para uma reunião. Durante duas horas ele ouviu relatos sobre os investimentos do “negócio”. A UNIFACS está muito mal assessorada se acha que pode calar o combativo parlamentar. Em pronunciamento na Câmara Federal (12/07) ele abordou o sucateamento do ensino na UNIFACS, comparada por ele a uma fábrica de picolé. Ele encaminhou à Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (SERES), órgão do Ministério da Educação, solicitação de rigorosa fiscalização sobre a universidade.

“O grupo norte-americano começa a descumprir promessas anunciadas no momento posterior ao fechamento do negócio. A equipe de dirigentes acadêmicos seria mantida, os direitos dos estudantes seriam garantidos. Num momento, por exemplo, o curso de Relações Públicas é um sucesso, quatro estrelas no Guia da Abril, em outro já não mais interessa, desmonta-se e abre-se outro lá adiante, como uma fábrica qualquer de picolé. Não se pode abrir cursos, fazer propaganda, vestibular, atrair cidadãos e depois fechar o negócio impunemente”, criticou.

Segundo Emiliano, o comportamento dos dirigentes atuais da Unifacs é próprio de um “pensamento neoliberal clássico, que leva em conta exclusivamente o lucro, que deixa de lado sua missão básica, que trata irresponsavelmente a comunidade, os pais, as mães, os alunos, alunas, professoras, professores, funcionários”.

Emiliano não sabe, mas o diretor de marketing da UNIFACS é um profissional que passou a vida vendendo cerveja na AMBEV. Para a UNIFACS, educação e cerveja são apenas produtos de um bom negócio.

YANKEE GO HOME

Li no Bahia Econômica, do jornalista Geraldo Vilalva, um título engraçado numa nota abordando o assunto: Yankee Go Home. Bom-humor à parte, o deputado Emiliano José alertou: “O desmonte da Unifacs, da qual dependem os destinos da educação de pelo menos 14 mil jovens, deve servir de reflexão aos dirigentes de nosso país. Ensino não pode ser considerado um negócio, sujeito a interesses de corporações estrangeiras descompromissadas com a formação intelectual e profissional do povo brasileiro”.

Para o parlamentar, a presença de empresas internacionais deve merecer atenção redobrada do Ministério da Educação. “Sei dos esforços do MEC quanto à fiscalização das atividades privadas, de modo a garantir educação de qualidade. Essa atenção, no entanto, tem de ser redobrada quando se trata de uma empresa estrangeira. Se nenhuma empresa pode ignorar sua função social, quanto mais uma empresa que se dedique à educação”.

O deputado apresentou um texto publicado no jornal A Tarde, no dia 7 de julho, na coluna Tempo Presente, sob o título O desmonte da Unifacs, o qual informa que professores estão sendo demitidos, salários estão sendo reduzidos, instalando-se um clima incompatível com a atividade de ensino. “É totalmente verdadeira a reportagem do jornalista Levi Vasconcelos, um exemplo de ética no jornalismo baiano. Justifica-se uma fiscalização mais rigorosa da parte do MEC”.

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