27 de maio de 2010

 

Polícia baiana reage rápido e esclarece assassinato de delegado em Camaçari

Não existe conspiração do crime organizado. Os três marginais que mataram o delegado Cleyton Leão, em Camaçari, já foram presos. Eles não sabiam de quem se tratava. Queriam o carro para assaltos, uma tentativa de roubo. O delegado se expôs ao estacionar o veículo para dar entrevista a uma emissora de rádio, por celular. Os marginais estavam por perto e atacaram. Uma fatalidade.

O governador Jaques Wagner foi pessoalmente ao Campo Santo prestar homenagem ao delegado assassinado e se solidarizar com seus familiares. No enterro do delegado não havia clima de politização do episódio. Os advogados amigos do delegado estavam consternados, os policiais chocados. Nada de política. O jornalista Samuel Celestino, que passou a ter complexo de Regina Duarte, dizendo que tem medo, muito medo, deve continuar a tomar precauções, claro, mas não deve se desesperar.

A tentativa de exploração eleitoreira começou com os candidatos ao governo Paulo Souto (DEM) e Geddel Vieira Lima (PMDB). Foi muito ruim. O deputado estadual Paulo Rangel respondeu as agressões até com moderação. Ele atribuiu o aumento da violência na Bahia ao descaso histórico com a segurança pública. Não dá para consertar da noite para o dia o desastre de 16 anos de poder carlista.

O uso político do assassinato do delegado está pegando muito mal. Não dá para fazer bandeira político-eleitoral da morte de um cidadão do bem. Isso é uma indignidade. Até porque a violência não é algo que atinge apenas a Bahia, mas todo o Brasil e o mundo. Sobretudo, no caso baiano, diz respeito à grave situação social encontrada pelo governador Jaques Wagner. O senador César Borges, o ilustre desempregado Paulo Souto, o esquecido Antônio Imbassahy, todos eles deveriam calar a boca porque têm muita responsabilidade nisso tudo.

O deputado federal Walter Pinheiro (PT-BA) tem razão. Hoje (27) ele falou na Câmara dos Deputados que os governos carlistas do passado não só foram coniventes com o crime organizado como foram financiados por ele em campanhas passadas. “A violência de hoje é fruto da inoperância, da conivência dos governos passados. Não tiveram coragem de enfrentar o crime organizado. Pelo contrário, se juntaram com eles em financiamento de campanhas. Essa era a realidade da Bahia”, afirmou ele.

O deputado federal ACM Neto (DEM) é tão obtuso que não consegue sequer pesquisar os episódios sucessivos de violência nos governos carlistas. No passado, ele não via violência porque certamente estava em segurança em seu apartamento cercado de seguranças. Ele acha que a resposta do Estado à violência deve ser sangrenta. Violência gera violência e acaba sobrando para a população pobre dos bairros periféricos.

Mas o maior papelão está vindo da parte de Paulo Souto. Se em seus governos ele tivesse equipado a segurança pública baiana, o quadro não estaria tão grave como está.

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