25 de janeiro de 2010

 

A esquerda e o processo de cissiparidade

Durante a ditadura militar, a esquerda brasileira foi se subdividindo. Do tronco do PCB saíram dezenas e dezenas de pequenas organizações revolucionárias. Do tronco da esquerda católica outro tanto, sem falar dos frutos da árvore trotsquista. Era como um processo permanente de cissiparidade, para tomar emprestado um termo da biologia. Uma organização se dividia em duas e assim por diante, como a reprodução das células.

Quando o PT surgiu foi um alento, porque o processo se inverteu, embora internamente as subdivisões se perpetuassem. Agora mesmo, essa herança genética da esquerda volta a se manifestar. Um grupo saiu do PT e formou o PSTU, outro saiu e formou o PSOL, o grupo de Heloísa Helena saiu, o grupo de Marina Silva também, e eles sequer conseguem se unir.

Todos vão lançar seus próprios candidatos à presidência. Estão atrás dos moinhos de vento. É a cissiparidade. Faz parte da natureza deles. Seus líderes se acham iluminados. Têm sempre razão. Estou feliz porque o PT encontrou o caminho das alianças políticas e deixou para trás o processo de reprodução das células - a cissiparidade.

Dilma vem aí, com base numa ampla aliança política, capaz de mudar o país, aos poucos, mas muito melhor do que o pessoal da conversa, digo, da lógica pura.

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