4 de novembro de 2008

 

Comissão de Anistia declara Gildo Lacerda anistiado político

A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça concedeu, nesta quinta-feira (23), a anistia ao ex-dirigente da Ação Popular (AP), Gildo Lacerda, torturado e assassinado em outubro de 1973 – há 35 anos – nos porões do DOI-CODI de Recife. O pedido foi requerido pela jornalista baiana Mariluce Moura, companheira de Gildo Lacerda e pela filha do casal, Tessa Moura. Em nome do Estado brasileiro, o presidente da Comissão da Anistia, Paulo Abrahão, pediu desculpas à família por todo o sofrimento causado.

Hoje, o ex-secretário Especial dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, me telefonou informando sobre a reunião de quinta-feira da Comissão da Anistia do Ministério da Justiça. Ele esteve presente ao ato que reconheceu a responsabilidade do Estado brasileiro na tortura e assassinato de Gildo Lacerda pelos monstros morais do Exército Brasileiro em tempo de ditadura. Mariluce Moura, na petição inicial, não solicitou indenização pecuniária, mas, foi convencida por Nilmário Miranda a fazer um aditamento requerendo o direito.

Eu fui a última pessoa a ver Gildo Lacerda com vida. Estávamos presos no Quartel do Barbalho em Salvador. Éramos torturados no refeitório dos oficiais do Exército com um rádio ligado ao volume máximo. Gildo Lacerda foi transferido para a sede do DOI-CODI em Recife, onde foi barbaramente torturado e assassinado. Seu corpo enterrado em cova rasa nunca foi devolvido à família.

A imprensa brasileira até agora (04.11) não deu um registro sequer sobre a anistia a Gildo Lacerda.

LEIA ABAIXO NOTA SOBRE MORTE DE GILDO LACERDA

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