2 de novembro de 2008

 

Emiliano lança livro sobre Victor Meyer, um revolucionário baiano

Autor de livros sobre Lamarca, Marighella e padre Renzo - o religioso que se solidarizava com os presos políticos da ditadura militar - o escritor e jornalista Emiliano José acaba de anunciar mais uma obra. Trata-se do terceiro volume de “Galeria F, Lembranças do Mar Cinzento”, com o resgate da memória de “Victor Meyer, um revolucionário”, pela Caros Amigos Editora. Com prefácio do ex-secretário Especial dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, a obra traça o perfil de Victor Meyer, um revolucionário baiano que militava na organização clandestina Política Operária – Polop, uma corrente de esquerda que denunciava o stalinismo hegemônico nas esquerdas brasileiras.

O lançamento de "Victor Meyer, um revolucionário" será no próximo dia 21 de novembro, uma sexta-feira, às 18h, no espaço do Memorial da Câmara Municipal de Salvador, localizado no sub-solo da prefeitura municipal. Victor Meyer faleceu precocemente, aos 52 anos, perdeu muitos amigos assassinados, mas, sobreviveu e tornou-se um acadêmico da Universidade Católica de Salvador e da UFBa. Como afirma Nilmário Miranda, também ele um ex-integrante da Polop, “foi um intelectual que nunca se prosternou ao deus dinheiro”. Em anexo, o livro se enriquece com o texto “Fragmentos de memória da Polop na Bahia”, da autoria do engenheiro Orlando Miranda.

Emiliano José afirma que ao ler alguns escritos de Victor Meyer “foi tomado pelo encanto, deslumbramento diante deles. Pela acuidade científica e pelo modo particular, sereno e terno de abordar alguns temas. Victor sabia tratar daqueles tempos de terror e de sombras com especial talento e sensibilidade”.

As memórias dos ex-integrantes da Polop revelam figuras conhecidas na Bahia como os irmãos Gustavo Falcon e Peri Falcon, os sindicalistas Olívia Braga e Ivan Braga, João Henrique Coutinho, Orlando Miranda e Tânia Miranda entre outros. Também revelam as origens políticas de figuras nacionalmente conhecidas como Dilma Roussef, Marco Aurélio Garcia, Raul Pont, assim como de intelectuais influentes como Eder Sader, Emir Sader, Juarez Guimarães, Antônio Risério, Jorge Nóvoa, Moniz Bandeira, para citar algumas.

O livro de Emiliano redescobre a Polop, suas dissidências que optaram pela luta armada, até o embarque no Partido dos Trabalhadores (PT). Também revela as contribuições de Meyer à imprensa. Na Gazeta Mercantil desenvolveu críticas à reforma da Previdência, teorizou sobre o domínio do capital fictício, revelou a subordinação do Estado à lógica rentista e a redução dos mecanismos de autodefesa dos estados capitalistas. Na revista da Universidade Estadual de Feira de Santana, em 1997, discute a internacionalização dos bancos brasileiros. Segundo Emiliano, Meyer deixou um grande legado teórico.

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