30 de julho de 2008
Mídia celebra suposto fracasso da mamona para óleo diesel
O biodiesel a partir da mamona é muito viscoso, anuncia a ANP e pode entupir os bicos injetores dos motores. O jornal O Globo afirma que "entrou água" no projeto de Lula de fazer da mamona um combustível alternativo. Pelos novos parâmetros da Agência Nacional do Petróleo, o biodiesel de mamona terá que receber aditivos, como óleo de soja ou girassol, para ser usado nos tanques. Entretanto, os produtores que investiram no plantio não sofrerão impacto com a revisão.
Os novos critérios da ANP limitam em 20% a 30% a mistura do óleo de mamona no litro de diesel. Mas, mesmo estes 20% ou 30% de participação do biodiesel de mamona geram um mercado imenso para a oleoginosa. Será necessário a produção de 1,2 bilhão de litros de biodiesel para atender a obrigatoriedade legal de mistura de 3% ao óleo diesel.
O mercado potencial para o óleo de mamona seria de 240 milhões de litros por ano (considerando os 20%), o que demandaria uma produção de 500 mil toneladas anuais. Hoje, a produção não passa de 120 mil toneladas. O problema técnico da viscosidade, portanto, não é de tanta gravidade assim. Problema maior é o preço da mamona que subiu muito por razões conjunturais como falta de chuva no Nordeste e na Índia. Na verdade, o critério da ANP é exagerado porque nenhum motor vai usar 100% de biodiesel. Adicionar 3% ou 5% de biodiesel de mamona não será problema, porque os 95% de diesel reduziriam a viscosidade. A análise é do pesquisador da Coppe/UFRJ, Aurélio Lamare Santos Murta.
Carro-chefe da produção ou não, a mamona reforça a agricultura familiar na índústria de biocombustíveis e a Bahia domina a produção da oleaginosa com quase 80% do total nacional. A indústria de biodiesel critica a mamona por sua baixa organização na cadeia de produção. Agora vem a restrição técnica da alta viscosidade. O fato é que a atual oferta de mamona não atende sequer a demanda da indústria química. Há muito espaço para crescer. A mamona é nossa, precisa gritar a Bahia.
Mas, cada jornal escolhe a manchete que quiser. Mamona está dentro. Mamona está fora...
Os novos critérios da ANP limitam em 20% a 30% a mistura do óleo de mamona no litro de diesel. Mas, mesmo estes 20% ou 30% de participação do biodiesel de mamona geram um mercado imenso para a oleoginosa. Será necessário a produção de 1,2 bilhão de litros de biodiesel para atender a obrigatoriedade legal de mistura de 3% ao óleo diesel.
O mercado potencial para o óleo de mamona seria de 240 milhões de litros por ano (considerando os 20%), o que demandaria uma produção de 500 mil toneladas anuais. Hoje, a produção não passa de 120 mil toneladas. O problema técnico da viscosidade, portanto, não é de tanta gravidade assim. Problema maior é o preço da mamona que subiu muito por razões conjunturais como falta de chuva no Nordeste e na Índia. Na verdade, o critério da ANP é exagerado porque nenhum motor vai usar 100% de biodiesel. Adicionar 3% ou 5% de biodiesel de mamona não será problema, porque os 95% de diesel reduziriam a viscosidade. A análise é do pesquisador da Coppe/UFRJ, Aurélio Lamare Santos Murta.
Carro-chefe da produção ou não, a mamona reforça a agricultura familiar na índústria de biocombustíveis e a Bahia domina a produção da oleaginosa com quase 80% do total nacional. A indústria de biodiesel critica a mamona por sua baixa organização na cadeia de produção. Agora vem a restrição técnica da alta viscosidade. O fato é que a atual oferta de mamona não atende sequer a demanda da indústria química. Há muito espaço para crescer. A mamona é nossa, precisa gritar a Bahia.
Mas, cada jornal escolhe a manchete que quiser. Mamona está dentro. Mamona está fora...