16 de janeiro de 2008

 

Em Salvador, ex-ministro lança livro sobre um senador que honrou a República

Somente agora chega à Cidade da Bahia a obra “Teófilo Ottoni – A República e a utopia do Mucuri (Editora Casa Amarela), da autoria do ex-ministro dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda.

Segunda-feira (21) no restaurante Pós-Tudo, no Rio Vermelho, às 20h, ele autografa o livro para amigos, petistas e militantes dos direitos humanos. Um público seleto.

Fundador do PT em Minas, Nilmário Miranda presidiu o partido por duas vezes, foi deputado estadual e três vezes deputado federal. Foi o criador da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Federal. Atualmente é vice-presidente da Fundação Perseu Abramo.

Embora a História Oficial tenha sonegado o personagem dos livros escolares, Teófilo Benedito Ottoni foi um dos políticos mais importantes do Brasil Império. Um liberal, democrata e empreendedor que esteve à frente de seu tempo. Ao morrer, no Rio de Janeiro, era um personagem quase mitológico, o homem mais popular do Brasil. Inspirou-se no ideário da revolução norte-americana. Republicano, combateu a monarquia.

Teófilo Ottoni defendeu as liberdades civis, os direitos humanos, a idéia federativa, a igualdade, a abolição da escravatura e até o direito à revolução dos povos quando os governos se inclinam para a tirania. Rejeitou a guerra de extermínio decretada pelo Império contra os indígenas e colonizou o Vale do Mucuri com mão-de-obra livre importada da Europa. Pacifista, ousou pegar em armas na Revolução Liberal de 1842 contra o Império, e foi preso pelo então Barão de Caxias.

Da prisão, editou o jornal “Itacolomi” de crítica frontal ao Reinado e, na tradição libertária de Cipriano Barata, fundou o “Sentinella do Serro”. Era radicalmente contra o “beija-mão” imperial que até outro dia mesmo era costume aqui na Bahia.

Incorruptível, recusou fazer parte da corte de parasitas. Sonhava com a industrialização, ferrovias, estradas de rodagem, navegação fluvial integrada à navegação de cabotagem.

É um personagem cuja história deve ser resgatada e apresentada às novas gerações. Nem sempre senadores foram venais. O resgate de Teófilo Ottoni ganha importância nestes tempos de descrédito do Senado e da Câmara dos Deputados.

Em Minas, foi vereador, deputado provincial, deputado geral e senador. Eleito seis vezes ao Senado, por cinco vezes foi preterido pelo “Poder Moderador” do déspota D. Pedro II. Em 1860, com sua famosa “Circular aos Leitores Mineiros” incendeia o imaginário, lidera a maré democrática, questiona o poder, a censura à imprensa e o sistema eleitoral corrompido.

Resgatar a saga de Teófilo Ottoni é resgatar a esperança na política e no homem público.

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