4 de setembro de 2007

 

Selo dos Correios homenageia um senador notável

Leio na Internet que a Empresa dos Correios e Telégrafos (ECT) lançou um selo comemorativo do Bicentenário de Theophilo Benedicto Ottoni. É o início do resgate da memória de um homem notável, que lutou pela república, democracia, abolição da escravatura e contra o extermínio dos índios.

Foi deputado provincial e senador. E como todos os rebeldes no Império disseminava suas idéias liberais pelos jornais e pasquins. Naquela época, a imprensa não vivia apenas atrás do vil metal.

Teófilo Benedito Ottoni (na nova ortografia) escreveu no jornal ASTRÉIA, do Rio de Janeiro, no ECO DO SERRO de Diamantina e para O ASTRO, de S. João Del-Rei. Depois de sair da Academia da Marinha fundou o jornal SENTINELLA DO SERRO, na cidade do Serro (MG), onde nasceu. Mas continua a escrever para o INDEPENDENTE e para o AURORA FLUMINENSE.

Foi perseguido político. Seus artigos eram perigosos para dom Pedro I e para a elite governante. Com a abdicação de dom Pedro I em 1831 e o advento da Regência o Brasil passa por intensa agitação política. É o tempo dos levantes, da Sabinada, Farroupilha, Balaiada, Praieira. Teófilo Ottoni em seu SENTINELLA DO SERRO pede governabilidade.

Com a antecipação da maioridade de dom Pedro II o Partido Liberal ganha força. Os liberais paulistas e mineiros pegam em armas em 1842. O futuro Duque de Caxias sufoca a rebelião e prende Teófilo Ottoni. O hoje Patrono do Exército Brasileiro obriga o liberal a andar sete dias a pé.

Na cadeia, Ottoni redige o jornal ITACOLOMI e pede anistia geral. Em 1860 publica a CIRCULAR AOS ELEITORES MINEIROS, criticando o Poder Moderador, a Monarquia, o Senado Vitalício, ataca o poder pessoal do Imperador.

Pelas cidades do Império passa a circular uma litografia com a figura de Teófilo Ottoni e um epíteto em latim: “Dilectus populi, libertatisque sacerdos”, Amado pelo povo, sacerdote da liberdade.

Jornalistas e políticos de hoje deviam estudar a vida de Theophilo Benedicto Ottoni. Um senador que, se vivo fosse, nunca violaria painéis do Senado nem promoveria grampos telefônicos.

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