5 de agosto de 2007
Waldir Pires foi ovacionado na abertura do III Congresso Estadual do PT da Bahia
No último dia 03/08 (sexta-feira), na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no bairro da Federação, em Salvador, aconteceu a abertura do III Congresso Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) e também uma homenagem ao ex-governador Waldir Pires.
A pedido da direção do PT, o membro da Executiva Estadual e do Diretório Nacional, Emiliano José, fez uma saudação a Waldir Pires, onde expressava a posição de todo o partido.
Segue abaixo a íntegra do discurso.
"Este é um momento especial de nossas vidas. Temos ouvido isso de Waldir, que está sendo homenageado por nós nesse nosso III Congresso Estadual, que prepara o nosso III Congresso Nacional.
Ele costuma dizer que a geração dele lutou décadas e viu durante muito tempo frustradas suas esperanças, sobretudo com o golpe militar de 1964. Teve a ventura, costuma ele também dizer, de vir para o PT e com o PT compartilhar a chegada de Lula à presidência da República.
E poder servir a esse novo projeto de País e a esse grande presidente primeiro construindo e dirigindo uma experiência inédita no mundo, que foi a Controladoria Geral da União, e depois como ministro da Defesa.
E teve o privilégio, neste ano que passou, 2006, de participar da campanha vitoriosa de Jaques Wagner para o governo do Estado da Bahia. Foi um dos primeiros a afirmar, depois do próprio Wagner, que a vitória viria no primeiro turno. Teve a alegria, a imensa alegria de ver derrotado um esquema político perverso, contra o qual lutou toda a vida.
É verdade, vivemos um momento especial em nossas vidas. E ele é mais especial ainda para Waldir.
Waldir foi um dos grandes vitoriosos de sua geração. Pôde atravessar toda a sua vida pública de um lado só: o da democracia, o da luta pela melhoria das condições de vida do povo, pela justiça social, pela liberdade. Nunca, em nenhum instante, vacilou quanto ao seu lado.
Mesmo quando isso implicou enormes sacrifícios, como em 1964, quando foi, junto com Darcy Ribeiro, um dos últimos heróis da resistência, um dos últimos a deixar o Palácio do Planalto, defendendo o governo democrático e reformador de João Goulart.
Começou cedo, muito cedo a sua trajetória política. Primeiro, nas lutas estudantis. Depois, com pouco mais de 20 anos, era secretário de Estado no governo de Régis Pacheco. Elegeu-se deputado estadual em 1954. Deputado federal em 1958.
Foi candidato a governador com o apoio das forças progressistas em 1962, perdendo graças à união e ferocidade das forças da direita.Tornou-se Consultor Geral da República no governo Goulart.
Exilou-se entre abril de 1964 a março de 1970, indo primeiro para o Uruguai, depois para a França, onde foi professor na Universidade de Dijon e no Instituto de Altos Estudos para a América Latina, de Paris. Firmou-se como professor, como intelectual. Conviveu cotidianamente com o grande Celso Furtado, seu companheiro de docência e de lutas, entre tantos exilados com os quais estabeleceu relações.
Volta ao Brasil num momento muito difícil. Momento do ditador Médici, o mais terrível dos generais-presidentes da ditadura. Resolveu voltar para não permitir que seus filhos perdessem as referências brasileiras. Reconstrói a vida no Rio de Janeiro, em meio àquela situação de dificuldades.
Em 1979, volta para a Bahia, reassume a liderança de um processo político que o levaria ao governo do Estado em 1986, numa campanha memorável. Antes, havia sido ministro da Previdência do governo da Nova República. Uma gestão que foi marcada pelo confronto com os banqueiros, pelo saneamento da previdência, com o fim do seu histórico rombo, tornando-a superavitária.
Seu governo, curta experiência de dois anos, deixou como marcas essenciais a intransigência democrática, a visão republicana, o profundo compromisso social, o avanço da reforma agrária, notáveis conquistas na saúde, o saneamento financeiro e as melhorias na infra-estrutura, só para lembrar alguns aspectos. Foi ainda deputado federal e em 1997 entrou no PT, para engrandecimento do partido.
Era intrigante, para os mais antigos do PT, olhar Waldir, nas primeiras filas dos encontros nacionais e nas reuniões na Bahia, anotando tudo, ouvindo os oradores com atenção.
Muito mais disciplinado que muitos dos velhos militantes. Parecia um novato, aprendendo tudo daquele partido tão cheio de confusões, discussões, correntes variadas, disputas acirradas. Tudo isso o entusiasmava, dava-lhe a convicção do acerto da escolha.
Teve a antevisão, desde que chegou ao PT, que Lula estava talhado, destinado a ser presidente da República. Disse a Lula, mais de uma vez, que ele não tinha mais o direito de dispor de seu destino, que já estava traçado.
No governo, foi um companheiro fiel de Lula, defensor de seu papel de maior liderança popular da história do Brasil. E de um grande líder mundial, capaz de sentar à mesa das grandes potências de cabeça erguida.
Poucos, como Waldir, podem orgulhar-se de uma trajetória tão cheia de coerência, dignidade, ética, coragem, firmeza nos propósitos, fidelidade aos princípios. Os adversários, e até às vezes os mais próximos, o criticavam pelo que chamavam de "excesso de democracia", que terminava por ser o elogio a um político que nunca transigiu com princípios.
Esse respeito à democracia, esse cultivo da convivência dos diferentes são características que nunca abandonaram Waldir, especialmente nas conjunturas em que ele exerceu o poder.
Teve ao seu lado uma mulher extraordinária, Yolanda, sua companheira de toda a vida, também uma lutadora compromissada com as melhores causas do povo brasileiro e baiano. Dona Yolanda, como a chamávamos todos, era dessas mulheres raras. Ao lado do grande homem, que é Waldir, ela tinha brilho próprio e nos legou belas lições. Deixou-nos, entre tantas coisas que escreveu, um livro sobre o exílio que deve ser lido por todos pelos ensinamentos que transmite.
Nessa homenagem, o que se pretende, quando comemoramos mais de dez anos de entrada de Waldir no partido, é juntar o passado e o presente. O passado iluminando o presente. Os passos na longa estrada, Waldir os observa, deixaram marcas que não se apagaram.
Os grandes homens não são os que se revelam num instante, num gesto, mas são aqueles que, na sua trajetória, evidenciam cotidianamente seus compromissos com sua gente, com sua Nação, com um mundo livre da exploração, do sofrimento, da injustiça. Waldir, voltamos a dizer, quando olha para trás e vê seus passos na longa estrada, iniciada lá em Amargosa, vê o quanto a vida vale a pena. O quanto a vida é bela.
E para nós, de outra geração, olhar os passos de Waldir na estrada, representa uma lição: a de que o sonho de liberdade, de democracia, de justiça pode ser de uma vida inteira, e não apenas de uma fase da vida. Waldir, já com alguns bons anos de existência, continua a nos dar lições de coerência, de compromisso profundo com o povo, de amor pela Nação.
Não tem importado muito a Waldir os momentos de glória, e ele os teve muitos. Sabe-os efêmeros. Sabe que a política tem idas e vindas. Nunca é uma trajetória linear. A Waldir o que importou sempre foram os compromissos essenciais com a história, como ele costuma dizer.
Queremos afirmar, Waldir, que você, aqui e agora, é um exemplo absolutamente atual para todos nós do PT da Bahia e para todos os amantes da liberdade, da democracia e da justiça social.
Para o PT, esse partido socialista e democrático, nascido das lutas do povo brasileiro, constitui um orgulho muito grande tê-lo como companheiro de luta e de partido. Todos os homens, todas as mulheres aqui presentes o abraçam com imenso carinho, com grande admiração. A luta continua. Como você sempre defendeu. E continua a defender. (05/08/2007).
A pedido da direção do PT, o membro da Executiva Estadual e do Diretório Nacional, Emiliano José, fez uma saudação a Waldir Pires, onde expressava a posição de todo o partido.
Segue abaixo a íntegra do discurso.
"Este é um momento especial de nossas vidas. Temos ouvido isso de Waldir, que está sendo homenageado por nós nesse nosso III Congresso Estadual, que prepara o nosso III Congresso Nacional.
Ele costuma dizer que a geração dele lutou décadas e viu durante muito tempo frustradas suas esperanças, sobretudo com o golpe militar de 1964. Teve a ventura, costuma ele também dizer, de vir para o PT e com o PT compartilhar a chegada de Lula à presidência da República.
E poder servir a esse novo projeto de País e a esse grande presidente primeiro construindo e dirigindo uma experiência inédita no mundo, que foi a Controladoria Geral da União, e depois como ministro da Defesa.
E teve o privilégio, neste ano que passou, 2006, de participar da campanha vitoriosa de Jaques Wagner para o governo do Estado da Bahia. Foi um dos primeiros a afirmar, depois do próprio Wagner, que a vitória viria no primeiro turno. Teve a alegria, a imensa alegria de ver derrotado um esquema político perverso, contra o qual lutou toda a vida.
É verdade, vivemos um momento especial em nossas vidas. E ele é mais especial ainda para Waldir.
Waldir foi um dos grandes vitoriosos de sua geração. Pôde atravessar toda a sua vida pública de um lado só: o da democracia, o da luta pela melhoria das condições de vida do povo, pela justiça social, pela liberdade. Nunca, em nenhum instante, vacilou quanto ao seu lado.
Mesmo quando isso implicou enormes sacrifícios, como em 1964, quando foi, junto com Darcy Ribeiro, um dos últimos heróis da resistência, um dos últimos a deixar o Palácio do Planalto, defendendo o governo democrático e reformador de João Goulart.
Começou cedo, muito cedo a sua trajetória política. Primeiro, nas lutas estudantis. Depois, com pouco mais de 20 anos, era secretário de Estado no governo de Régis Pacheco. Elegeu-se deputado estadual em 1954. Deputado federal em 1958.
Foi candidato a governador com o apoio das forças progressistas em 1962, perdendo graças à união e ferocidade das forças da direita.Tornou-se Consultor Geral da República no governo Goulart.
Exilou-se entre abril de 1964 a março de 1970, indo primeiro para o Uruguai, depois para a França, onde foi professor na Universidade de Dijon e no Instituto de Altos Estudos para a América Latina, de Paris. Firmou-se como professor, como intelectual. Conviveu cotidianamente com o grande Celso Furtado, seu companheiro de docência e de lutas, entre tantos exilados com os quais estabeleceu relações.
Volta ao Brasil num momento muito difícil. Momento do ditador Médici, o mais terrível dos generais-presidentes da ditadura. Resolveu voltar para não permitir que seus filhos perdessem as referências brasileiras. Reconstrói a vida no Rio de Janeiro, em meio àquela situação de dificuldades.
Em 1979, volta para a Bahia, reassume a liderança de um processo político que o levaria ao governo do Estado em 1986, numa campanha memorável. Antes, havia sido ministro da Previdência do governo da Nova República. Uma gestão que foi marcada pelo confronto com os banqueiros, pelo saneamento da previdência, com o fim do seu histórico rombo, tornando-a superavitária.
Seu governo, curta experiência de dois anos, deixou como marcas essenciais a intransigência democrática, a visão republicana, o profundo compromisso social, o avanço da reforma agrária, notáveis conquistas na saúde, o saneamento financeiro e as melhorias na infra-estrutura, só para lembrar alguns aspectos. Foi ainda deputado federal e em 1997 entrou no PT, para engrandecimento do partido.
Era intrigante, para os mais antigos do PT, olhar Waldir, nas primeiras filas dos encontros nacionais e nas reuniões na Bahia, anotando tudo, ouvindo os oradores com atenção.
Muito mais disciplinado que muitos dos velhos militantes. Parecia um novato, aprendendo tudo daquele partido tão cheio de confusões, discussões, correntes variadas, disputas acirradas. Tudo isso o entusiasmava, dava-lhe a convicção do acerto da escolha.
Teve a antevisão, desde que chegou ao PT, que Lula estava talhado, destinado a ser presidente da República. Disse a Lula, mais de uma vez, que ele não tinha mais o direito de dispor de seu destino, que já estava traçado.
No governo, foi um companheiro fiel de Lula, defensor de seu papel de maior liderança popular da história do Brasil. E de um grande líder mundial, capaz de sentar à mesa das grandes potências de cabeça erguida.
Poucos, como Waldir, podem orgulhar-se de uma trajetória tão cheia de coerência, dignidade, ética, coragem, firmeza nos propósitos, fidelidade aos princípios. Os adversários, e até às vezes os mais próximos, o criticavam pelo que chamavam de "excesso de democracia", que terminava por ser o elogio a um político que nunca transigiu com princípios.
Esse respeito à democracia, esse cultivo da convivência dos diferentes são características que nunca abandonaram Waldir, especialmente nas conjunturas em que ele exerceu o poder.
Teve ao seu lado uma mulher extraordinária, Yolanda, sua companheira de toda a vida, também uma lutadora compromissada com as melhores causas do povo brasileiro e baiano. Dona Yolanda, como a chamávamos todos, era dessas mulheres raras. Ao lado do grande homem, que é Waldir, ela tinha brilho próprio e nos legou belas lições. Deixou-nos, entre tantas coisas que escreveu, um livro sobre o exílio que deve ser lido por todos pelos ensinamentos que transmite.
Nessa homenagem, o que se pretende, quando comemoramos mais de dez anos de entrada de Waldir no partido, é juntar o passado e o presente. O passado iluminando o presente. Os passos na longa estrada, Waldir os observa, deixaram marcas que não se apagaram.
Os grandes homens não são os que se revelam num instante, num gesto, mas são aqueles que, na sua trajetória, evidenciam cotidianamente seus compromissos com sua gente, com sua Nação, com um mundo livre da exploração, do sofrimento, da injustiça. Waldir, voltamos a dizer, quando olha para trás e vê seus passos na longa estrada, iniciada lá em Amargosa, vê o quanto a vida vale a pena. O quanto a vida é bela.
E para nós, de outra geração, olhar os passos de Waldir na estrada, representa uma lição: a de que o sonho de liberdade, de democracia, de justiça pode ser de uma vida inteira, e não apenas de uma fase da vida. Waldir, já com alguns bons anos de existência, continua a nos dar lições de coerência, de compromisso profundo com o povo, de amor pela Nação.
Não tem importado muito a Waldir os momentos de glória, e ele os teve muitos. Sabe-os efêmeros. Sabe que a política tem idas e vindas. Nunca é uma trajetória linear. A Waldir o que importou sempre foram os compromissos essenciais com a história, como ele costuma dizer.
Queremos afirmar, Waldir, que você, aqui e agora, é um exemplo absolutamente atual para todos nós do PT da Bahia e para todos os amantes da liberdade, da democracia e da justiça social.
Para o PT, esse partido socialista e democrático, nascido das lutas do povo brasileiro, constitui um orgulho muito grande tê-lo como companheiro de luta e de partido. Todos os homens, todas as mulheres aqui presentes o abraçam com imenso carinho, com grande admiração. A luta continua. Como você sempre defendeu. E continua a defender. (05/08/2007).
Comments:
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O deputado está de parabens. Waldir Pires é um exemplo a ser seguido. O manteremos como uma estrela guia, uma referência de dignidade.
Aos companheiros,
estamos enviando o vídeo O FRACASSO DA ELITE CANSADA
produzido pelo blog DESABAFO PAÍS(BRASIL):
http://desabafopais.blogspot.com/
Endereço do vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=B...ogspot%2Ecom% 2F
Divulguem o máximo. A Mídia Golpista e sua Elite devem saber do poder
da Sociedade Organizada.
Um abraço,
DANIEL - editor do DESABAFO
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Divulguem o máximo. A Mídia Golpista e sua Elite devem saber do poder
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Um abraço,
DANIEL - editor do DESABAFO
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