9 de junho de 2007

 

CGU sai de baixo no caso da prisão do prefeito de Camaçari

Primeiro a ministra do STJ, Eliana Calmon, desdobrou o processo da Operação Navalha e enviou as investigações contra a prefeitura de Camaçari para a Justiça federal na Bahia. Depois, o ministro da CGU, Jorge Hage, em entrevista ao jornalista Ricardo Boechat (BandNews), afirma que, de fato, o contrato de Camaçari com a empreiteira Gautama foi feito realmente na gestão de José Tude (DEM).

Ops! Está todo mundo tirando o seu da reta. Só falta a Polícia Federal pedir desculpas pela desastrada, abusiva e ilegal prisão do prefeito Luiz Caetano.

Ao jornalista da BandNews (04/06) o ministro Hage comentou detalhes da Operação Navalha, citando inclusive parlamentares e partidos que receberam contribuições de empreiteiras na eleição de 2006.

O ministro-chefe da CGU (Controladoria Geral da União) citou diretamente o caso Camaçari. As declarações dele reafirmam a defesa do prefeito Luiz Carlos Caetano.

A VERDADE COMEÇA A SURGIR

Entre o oitavo e nono minuto da entrevista (o áudio está disponível no site da Prefeitura Municipal de Camaçari) Jorge Hage afirma que a grande maioria dos contratos com a empreiteira Gautama feitos por estados e municípios, fruto de convênios firmados com o governo federal, foi assinado em gestões passadas.

É nesse trecho que ele cita nominalmente Camaçari, comprovando a versão para o caso apresentado à imprensa pela Prefeitura desde o início do episódio, de que na atual gestão não havia licitação com a participação da Gautama, não existia contrato, tampouco ordem de serviço, nenhuma obra estava sendo realizada pela empreiteira e, portanto, nenhum pagamento havia sido feito à empresa.

CAMAÇARI NUNCA PAGOU À GAUTAMA

Hage chega a entrar em detalhes. “No caso de Camaçari, na Bahia, os contratos foram feitos na gestão passada. Os lobistas da empresa agora estavam tentando conseguir liberar os recursos ainda retidos no governo federal e recursos que ainda não tinham sido pagos por conta de pendência judicial entre a Gautama e outra empreiteira que resultou de uma cisão dela. Houve briga empresarial entre dois dos donos da Gautama, que se subdividiu em duas. Pendência judicial que impedia o procedimento da obra, tanto que a obra nem sequer foi iniciada”. (esta declaração do ministro está entre o oitavo e nono minuto do áudio).

Na entrevista, Jorge Hage explica que somente de contratos diretos com a União, referentes a obras como construção de estradas, da Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo e do Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília, entre outras, a empreiteira de Zuleido Veras recebeu da União R$ 103 milhões entre o ano de 2000 e 2006.

FHC PAGOU R$ 53 MILHÕES

Acrescenta que os contratos foram firmados no governo Fernando Henrique Cardoso, que entre 2000 e 2002 pagou R$ 53 milhões e o restante, ou seja, R$ 50 milhões foram pagos no governo de Lula.

Segundo o ministro, o montante pago à Gautama através dos convênios com os estados e municípios ainda está sendo levantado, pois até agora a CGU só sabe “o que foi apanhado na Operação Navalha”. Mas, informou que as unidades regionais estão fazendo uma investigação minuciosa com auditoria nos contratos.

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