20 de maio de 2007

 

Dúvidas nas investigações da Polícia Federal em Camaçari

As investigações da Polícia Federal em Camaçari não inspiram confiança. A Polícia Federal afirma que a prefeitura pagou à empreiteira Gautama. A fonte da PF é a Controladoria-Geral da União (CGU). A CGU publicou um “levantamento preliminar” citando um pagamento à Gautama de R$ 1,95 milhão, mas não citou data, nem deu certeza. A verba pode ter sido paga diretamente pelo Ministério das Cidades para uma obra em Camaçari. Ou não. O fato é que a prefeitura garante que não existe contrato com a Gautama, logo, não poderia ter repassado verbas.

E a ministra baiana Eliana Calmon, para tomar sua decisão de mandar prender o prefeito, se baseou no relatório da PF. O ridículo de tudo isso é que a ministra argumenta que o prefeito recebeu propina da Gautama. A propina seria a visita a um camarote no Carnaval e passagens aéreas. É difícil acreditar que o prefeito da cidade de maior orçamento do país tenha se corrompido com essas bobagens.

Até a prisão do “funcionário” Zaqueu de Oliveira Filho é polêmica. A prefeitura anuncia que Zaqueu de Oliveira Filho sequer é funcionário municipal.

A população de Camaçari que se prepare para continuar ocupando as ruas. A ministra só pretende libertar os suspeitos depois de tomar todos os depoimentos. Certamente para evitar ameaças da Polícia Federal, a ministra e um representante do Ministério Público Federal estarão presentes. Pena que não havia representante do MPF na invasão da casa do prefeito de Camaçari. Foi uma ação digna dos tempos da ditadura.

Agora, a PF pede cautela para a própria PF, na análise da lista de congressistas encontrada no escritório da Gautama em Salvador. É que alguém está se dando conta de que nomes de parlamentares podem estar lá apenas porque são autores de emendas ao Orçamento da União. O Operação Navalha cheira política.

A cautela da PF é mais edificante que o sensacionalismo barato da mídia canalha. Agora, visitar empresários, passear de lancha, andar de avião, virou crime. Ou mera suspeita. Ora, da mesma forma que estar na lista da Gautama não significa necessariamente irregularidade, aceitar convites da Gautama, expert em RP, não significa necessariamente envolvimento com nada. Que o diga a ministra Dilma Roussef, que andou passeando de lancha da Gautama, embora esteja dando as cartas nesta Operação Navalha.

Não me convidem para andar de lancha na Baía de Todos os Santos, não me convidem para camarote no Carnaval.

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