17 de março de 2007

 

A Veja ataca e a mídia silencia. Cúmplice silêncio.

Cúmplice silêncio da mídia. Nenhum jornal da grande imprensa publicou (15)a manifestação de repúdio da CNBB contra a absurda e ofensiva nota publicada semana passada pela revista Veja sobre a morte de D. Ivo Lorscheiter.

É impressionante esse silêncio cúmplice da mídia brasileira. Uma verdadeira "omertá" - a lei do silêncio dos mafiosos italianos. Certamente, se fosse o contrário - uma nota da Veja contra a CNBB, a Pastoral da Terra, o MST ou o governo Lula, os jornais a trariam em destaque.

Fonte:Blog do José Dirceu

NOTA: Presidência da CNBB repudia acusações da Veja a D.Ivo
quinta: 15 de março de 2007

DOM IVO NO BANCO DOS RÉUS?

Dom José Ivo Lorscheiter, bispo emérito da diocese de Santa Maria-RS, ex-secretário-geral e ex-presidente da CNBB, por 16 anos, faleceu no dia 05.03.07. Pastor dedicado ao povo, ele doou sua vida pela Igreja e pelo Brasil em momentos difíceis da nossa história recente.

Assistimos nestes dias, após sua morte, a uma apresentação de sua memória através dos meios de comunicação; o livro de sua vida vem mostrando páginas que o dignificam. Seus méritos são confirmados por todos aqueles que o conheceram de perto e privaram de sua amizade; por aqueles que têm senso de justiça e verdade.

Dom Ivo contribuiu para a solidificação da colegialidade episcopal e valorizou a missão dos colegas bispos. Naquela hora do Brasil, foi a pessoa certa para a defesa dos direitos humanos e da dignidade da pessoa; seu testemunho de vida confirmou a certeza evangélica de que o maior é aquele que serve.

No entanto, como acontece geralmente na biografia dos grandes pastores, não faltaram incompreensões e injustiças contra o seu testemunho. Não é justo falar, como faz a Revista Veja (cf. Veja, 14 de março de 2007, p. 84), que Dom Ivo “politizou o Evangelho para o bem e para o mal”. Sem meias palavras, a referida Revista acusa o bispo de um crime: “o bispo também apoiou a criação de bandos armados que, a pretexto de lutar pela reforma agrária, deram origem ao MST”. Onde estão esses “bandos armados”? Qual foi o nome deles? Como se explica que o sistema de segurança da época não denunciou nem processou Dom Ivo? A quem interessa uma segunda morte de Dom Ivo Lorscheiter?

A CNBB sente profunda dor e manifesta seu firme repúdio às acusações infundadas contra Dom Ivo, exigindo da Revista a justa reparação ao mal feito.

Brasília, 14 de março de 2007

Cardeal Geraldo Majella Agnelo

Arcebispo de São Salvador (BA)

Presidente da CNBB

Dom Antonio Celso de Queirós

Bispo de Catanduva (SP)

Vice-presidente da CNBB

Dom Odilo Pedro Scherer

Bispo Auxiliar de São Paulo

Secretário-geral da CNBB

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