11 de março de 2007

 

PFL baiano atrasou combate à anemia falciforme

Novos estudos sobre a anemia falciforme na Bahia começam a ser feitos. Segundo informa a AGECOM, o cientista Getúlio Nogueira Filho, especialista em imunologia, começou a analisar amostras sanguíneas de 200 crianças negras, metade delas portadora da doença. O objetivo é comparar a resistência imunológica entre os dois grupos para relacionar a doença com a dor e as afecções bucais. A pesquisa está sendo feita com recursos do SUS em parceria com a Secretaria Estadual da Saúde. A anemia falciforme é endêmica na Bahia e afeta basicamente a população negra. Poderia estar sendo combatida desde 2003, se o deputado MÉDICO Luis de Deus, do PFL, não tivesse dado PARECER CONTRÁRIO ao Projeto de Lei 13.286/2003 apresentado na Assembléia Legislativa pelo então deputado Emiliano José (PT).

A anemia falciforme é uma doença hereditária, sem cura, que causa má formação das hemácias – as células do sangue que transportam oxigênio e gás carbônico aos tecidos. As hemoglobinas que compõem as hemácias são normalmente redondas e maleáveis, mas, nos portadores da doença, elas são rígidas e em forma de foice, o que dificulta a passagem das hemácias pelos vasos sanguíneos. Daí decorrem fadiga, respiração curta, crescimento lento, agravamento das infecções, complicações osteoarticulares, oculares e cardiovasculares, necrose de tecidos. Assessorado por Altair Lyra, presidente da Associação Baiana dos Portadores de Anemia Falciforme (ABADFAL) o então deputado estadual Emiliano José (PT) propôs a criação de um Programa Estadual de Prevenção, Diagnóstico, Assistência Médica Integral e Orientação aos Portadores de Doenças Falciformes e Outras Hemoglobinopatias. Por irresponsabilidade criminosa, o PFL baiano vetou.

O TAMANHO DO CRIME

Na Justificativa do Projeto de Lei, o deputado Emiliano José (PT) explicava a gravidade da doença, o que dá para medir o tamanho do crime da turma de ACM e Paulo Souto. A anemia falciforme incide sobre a população afro-descendente na ordem de 6% a 12% contra 2% na população em geral. Cerca de 30 em cada mil gestantes são portadoras do traço falcêmico. Dados da OMS demonstram que, a cada ano, nascem no Brasil 2.500 crianças falcêmicas, o que corresponde a uma para cada mil nascidas vivas. Mas, na Bahia, de cada 500 crianças, uma tem anemia falciforme, segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz.

Os impactos da anemia falciforme são especialmente significativos para a saúde da mulher negra. As mulheres em idade reprodutiva apresentam maiores riscos de abortamento e complicações de parto, em geral sua gravidez é de risco e com índice mais alto de natimortos. Há mais de 20 anos a OMS vinha recomendando ao governo brasileiro a implementação de um programa para a anemia falciforme. Somente em 1996 foi instituído um grupo de trabalho pelo Ministério da Saúde para elaborar uma política nacional. Infelizmente, com FHC, a política pública de saúde não conseguiu sair do papel.

GOVERNO LULA REAGIU

Derrotado pelo PFL carlista, o deputado Emiliano José (PT), um ano depois, em 2004, comemorou em plenário a instalação pelo Governo Lula de um projeto piloto para atender os portadores da doença em Recife, Campo Grande, Belém, Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador.

Em 2005, o Governo Lula avançou e criou o Programa Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Falciformes, na gestão do então Ministro da Saúde Humberto Costa (PT). De imediato, mais de 50 mil portadores de anemia falciforme passaram a ter atendimento especializado em todos os hemocentros do país.

Em 2006, o governo petista iniciou a instalação do Centro de Educação e Informação em Doença Falciforme. Assim, os pacientes, seus parentes e profissionais de saúde passaram a ter um referencial na hora de buscar e disseminar informações.

ENQUANTO ISSO O PFL...

Envergonhados, com atraso de dois anos, parlamentares do PFL da Bahia encastelados na Comissão de Saúde e Saneamento anunciaram em 2005 uma audiência pública para debater a anemia falciforme. Atraso de dois anos porque poderiam em 2003 ter aprovado o Projeto de Lei da autoria do deputado Emiliano José (PT) propondo o Plano Estadual de Combate à Anemia Falciforme.

O carlismo atrasou o combate à doença. O desastre só não foi maior porque: (1) a Prefeitura de Salvador, com João Henrique (o PT na Secretaria de Saúde) começou a fazer o que Paulo Souto se recusou. (2) As prefeituras de Lauro de Freitas e Camaçari com prefeitos petistas enfrentaram a doença e (3) como o Governo Lula lançou o Plano Nacional de Saúde para a População Negra, o cerco à doença se fechou à revelia do Governo da Bahia e dos deputados governistas. Depois, eles se perguntam porque perderam as eleições para Jaques Wagner.

Mais informações em www.emilianojose.com.br

Basta digitar no buscador do site o assunto “anemia falciforme”, que vem tudo. Nada como a tecnologia da informática para refrescar a memória e mandar os malditos embora.

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