8 de março de 2007
ACM ESTÁ MORRENDO
O senador ACM acaba de ser transferido para a UTI do InCor do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Foi internado ontem, quarta-feira, 7, para exames depois de apresentar febre decorrente de uma gripe. A notícia é da Folha Online.
Aos 79 anos ACM está morrendo. Com pneumonia, está ingerindo altas doses de antibióticos. Mas, além da pneumonia, os médicos diagnosticaram um agravamento da disfunção renal por conta do quadro respiratório e de seu histórico clínico: idade provecta, doenças pregressas.
O Boletim Médico informa que ACM ainda mantém sua capacidade cognitiva.
O que ele não mantém mais é sua liderança política. Acabou. A matéria da Folha de S. Paulo (05/03/07) é sintomática: “Sem perspectiva de poder, aliados de ACM saem em retirada do PFL”.
Ou seja, os abutres estão em debandada. É por isso que digo: ACM está morrendo.
ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
O PFL da Bahia vem enfrentando uma debandada desde que perdeu as eleições para o governo do Estado e a prefeitura de Salvador. O principal reflexo do esvaziamento está na bancada da Câmara: cinco pefelistas deixaram a legenda nos últimos dois anos. Todos aliados do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Do início da legislatura até agora, 3 dos 13 deputados eleitos pelo PFL da Bahia trocaram a sigla por partidos aliados ao governo Lula. Jusmari Oliveira, Tonha Magalhães e José Rocha migraram para o PR logo após a posse.
A expectativa é que o número aumente. Comenta-se que o próximo a abandonar o barco será o deputado Cláudio Cajado (PFL-BA). O grupo inclui ainda os deputados José Carlos Araújo e Marcelo Guimarães --que foram para o PR e PMDB, respectivamente-- que deixaram o PFL antes mesmo das eleições.
Em comum, esses deputados têm o fato de serem ligados ao senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Todos juram que a troca de partido não significa rompimento com o senador, mas de busca de mais espaço político. "Não acredito nessa versão de que há um rompimento com ACM. Sou do grupo dele e sai para poder pegar um partido a mais para o grupo", disse o deputado José Carlos Araújo, o primeiro a fazer as malas do PFL.
Nos bastidores, a versão que mais se alimenta é que o grupo deixou o PFL orientado pelo próprio ACM para garantir espaço no governo federal. A opção da maioria pelo PR seria um sinal disso. A exemplo do PTB no primeiro governo Lula, o partido vem abrigando descontentes na oposição com a promessa de cargos, o que tem chamado a atenção das demais siglas. "Nós ainda teremos que fazer uma CPI para investigar isso", tem afirmado o deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ).
O senador admite a debandada, mas rejeita a tese de que estaria estimulando o troca-troca. Por meio da assessoria, o senador disse que a saída de seus aliados do partido faz com que a bancada baiana perca força no partido e, portanto, não o agrada. Quanto mais parlamentares o PFL baiano perder, pior.
O deputado José Rocha disse que o problema é a falta de oportunidades que o PFL nacional oferece ao grupo. "O partido não está conseguindo conter seus filiados. Eu tenho quatro mandatos e nunca tive espaço no partido, nunca fui convidado para relatar um projeto, presidir uma comissão. São sempre os mesmos, sempre um grupinho e quem não pertence a ele se sente desprestigiado", afirmou.
Rocha é um dos que garante que não houve rompimento com ACM. "Não há nenhuma insatisfação com o senador. O PR é coligado na Bahia com o PFL", afirmou. A falta de oportunidade seria fruto da rivalidade do grupo do ex-senador Jorge Bornhausen (SC), presidente nacional do partido, com o de ACM.
Para o deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), a explicação é simples. "O PFL baiano não tem poder nenhum, não tem a prefeitura nem o governo. A debandada é conseqüência natural da falta de poder do grupo", disse.
Aos 79 anos ACM está morrendo. Com pneumonia, está ingerindo altas doses de antibióticos. Mas, além da pneumonia, os médicos diagnosticaram um agravamento da disfunção renal por conta do quadro respiratório e de seu histórico clínico: idade provecta, doenças pregressas.
O Boletim Médico informa que ACM ainda mantém sua capacidade cognitiva.
O que ele não mantém mais é sua liderança política. Acabou. A matéria da Folha de S. Paulo (05/03/07) é sintomática: “Sem perspectiva de poder, aliados de ACM saem em retirada do PFL”.
Ou seja, os abutres estão em debandada. É por isso que digo: ACM está morrendo.
ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
O PFL da Bahia vem enfrentando uma debandada desde que perdeu as eleições para o governo do Estado e a prefeitura de Salvador. O principal reflexo do esvaziamento está na bancada da Câmara: cinco pefelistas deixaram a legenda nos últimos dois anos. Todos aliados do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Do início da legislatura até agora, 3 dos 13 deputados eleitos pelo PFL da Bahia trocaram a sigla por partidos aliados ao governo Lula. Jusmari Oliveira, Tonha Magalhães e José Rocha migraram para o PR logo após a posse.
A expectativa é que o número aumente. Comenta-se que o próximo a abandonar o barco será o deputado Cláudio Cajado (PFL-BA). O grupo inclui ainda os deputados José Carlos Araújo e Marcelo Guimarães --que foram para o PR e PMDB, respectivamente-- que deixaram o PFL antes mesmo das eleições.
Em comum, esses deputados têm o fato de serem ligados ao senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Todos juram que a troca de partido não significa rompimento com o senador, mas de busca de mais espaço político. "Não acredito nessa versão de que há um rompimento com ACM. Sou do grupo dele e sai para poder pegar um partido a mais para o grupo", disse o deputado José Carlos Araújo, o primeiro a fazer as malas do PFL.
Nos bastidores, a versão que mais se alimenta é que o grupo deixou o PFL orientado pelo próprio ACM para garantir espaço no governo federal. A opção da maioria pelo PR seria um sinal disso. A exemplo do PTB no primeiro governo Lula, o partido vem abrigando descontentes na oposição com a promessa de cargos, o que tem chamado a atenção das demais siglas. "Nós ainda teremos que fazer uma CPI para investigar isso", tem afirmado o deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ).
O senador admite a debandada, mas rejeita a tese de que estaria estimulando o troca-troca. Por meio da assessoria, o senador disse que a saída de seus aliados do partido faz com que a bancada baiana perca força no partido e, portanto, não o agrada. Quanto mais parlamentares o PFL baiano perder, pior.
O deputado José Rocha disse que o problema é a falta de oportunidades que o PFL nacional oferece ao grupo. "O partido não está conseguindo conter seus filiados. Eu tenho quatro mandatos e nunca tive espaço no partido, nunca fui convidado para relatar um projeto, presidir uma comissão. São sempre os mesmos, sempre um grupinho e quem não pertence a ele se sente desprestigiado", afirmou.
Rocha é um dos que garante que não houve rompimento com ACM. "Não há nenhuma insatisfação com o senador. O PR é coligado na Bahia com o PFL", afirmou. A falta de oportunidade seria fruto da rivalidade do grupo do ex-senador Jorge Bornhausen (SC), presidente nacional do partido, com o de ACM.
Para o deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), a explicação é simples. "O PFL baiano não tem poder nenhum, não tem a prefeitura nem o governo. A debandada é conseqüência natural da falta de poder do grupo", disse.