2 de março de 2007

 

Fazendo reparo a uma nota do Jornal A Tarde. A vida é bela.

Aprendi, com meus 34 anos de jornalismo, que é o maior risco fazer reparo em texto de jornalista. Mas, a nota da coluna Tempo Presente (sexta-feira, 2) intitulada “A vida é bela” referindo-se ao ex-deputado Emiliano José (PT) merece reparo.

A nota começa assim: “depois de ver frustrada a sua ida para a Secretaria de Comunicação do Estado, que hoje tem como titular Robinson Almeida...”.

A coluna é assinada pela jornalista Rita Conrado que não entrevistou Emiliano José, senão ela saberia que Emiliano José foi convidado pelo governador Jaques Wagner para a Secretaria de Comunicação, honroso convite recusado porque ele preferiu arriscar a assumir (ou não) o mandato de deputado federal. Dessa forma, Emiliano não viu “frustada” sua ida para lugar algum, ele calculadamente recusou o convite.

Posso falar de cátedra no assunto porque juntos, Emiliano José e eu, colaboramos na assessoria de comunicação do governador eleito na fase de transição, lá naquele prédio do Banco do Brasil, na Piedade. Acompanhei de perto, portanto, os acontecimentos. Não houve “ida frustrada”, o que houve foi uma escolha política consciente. Emiliano José pensou e concluiu que não se sentiria bem no papel de secretário de imprensa. Teria que abrir mão de seus pronunciamentos políticos. Deputado é deputado, assessor é assessor. Este assunto foi amplamente divulgado pelo próprio A Tarde, sem equívocos.

O resto da nota é verdadeiro. O jornalista e professor-doutor Emiliano José que não é de ficar parado, como pede o talento e manda a ética, voltou a dar aulas da disciplina “Oficina de Assessoria de Imprensa”, na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. A vida é bela mesmo. Na verdade, a verdadeira autora da nota é a excelente repórter Patrícia França que, de fato, conversou sobre o assunto com Emiliano José.

Aliás, a pauta da jornalista Patrícia França com Emiliano José foi outra completamente diferente. Ela queria que Emiliano José comentasse acontecidos com o governador Jaques Wagner durante o Carnaval. Naturalmente, Emiliano se recusou. Ele não passou o Carnaval em Salvador. E depois, não iria requentar um assunto carnavalesco tão extemporâneo e sem importância política como a fofoca da passagem de Wagner nos camarotes do Campo grande.

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