13 de dezembro de 2006

 

Por que a mídia quer despolitizar a população?

Essa é uma boa questão. É visível que, no decorrer de 2006, de modo geral, veículos de comunicação tentaram criar um falso duelo entre "maus e corruptos" e "bons e técnicos". Houve na verdade uma tentativa de despolitizar a população. Tarso Genro chegou a comentar esse assunto. O principal alvo desse discurso são os dirigentes do movimento social, mas também o povo é influenciado.

O discurso da mídia é o da rejeição dos políticos. Não é um discurso exclusivamente dirigido contra o presidente Lula. É contra os políticos em geral. Político não presta, decreta o “formador de opinião”. Aquele jornalista blogueiro corporativo da Folha de S. Paulo, Josias de Souza, talvez seja o exemplo mais radical. Chegam a ser fascistóides seus textos. Os políticos não prestam, as instituições não prestam, os partidos não prestam.

A linha editorial da mídia durante as eleições, em geral, foi pela desmoralização das pessoas envolvidas com a política e a sugestão insistente de uma limpeza técnica. Os políticos não prestam, quem presta são os técnicos supostamente limpos, e a vigilância sobre todos cabe à impoluta mídia incorruptível (?).

A questão é saber se os jornalistas, auto-proclamados formadores de opinião, assim atuam por golpismo, conspiração, se por pura anarquia ou simplesmente por dinheiro. Segundo eles, de um lado, estão os políticos maus e corruptos, do outro os bons e técnicos. Isso cheira a fascismo. Mais conseqüente seria se a mídia se dedicasse de fato a incentivar o debate sobre a democracia, nossos partidos políticos, a participação direta da cidadania no processo político e na tomada de decisões.

Essa busca compulsiva pela manchete negativa para vender jornal e forjar audiência, evidentemente, não fortalece a democracia. Mas o que estou dizendo? A mídia brasileira nunca foi expert em promover a democracia...

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