11 de dezembro de 2006

 

Militares homenageiam ditador sanguinário

O militarismo ainda está forte na América Latina. O general Augusto Pinochet, ditador chileno de 1973 a 1990, responsável por mais de três mil assassinatos e 30 mil prisioneiros torturados, não terá honras de Estado, mas terá honras militares. É a opinião de Plínio de Arruda Sampaio com a qual concordo. Milhares de pessoas neste momento em todo o mundo estão comemorando a morte do ditador sanguinário. A passagem dele pelo poder no Chile, através de um golpe de estado violento, foi uma desgraça para a democracia no mundo inteiro. Ele comandou assassinato até em Nova Iorque.

A presidenta atual do Chile, Michele Bachelet, rejeitou honras de Estado no velório do assassino. O pai de Michele Bachelet, um general, foi fuzilado pelo regime de Pinochet. Ela própria foi presa e torturada. O regime de Pinochet era apoiado pelos ricos. Inclusive pela classe média alta. O Chile de Pinochet foi a ponta-de-lança do liberalismo radical. O desmonte do Estado que ocorreu na década de 70 no Chile só foi ocorrer na década de 90 no Brasil. Foi uma fase de capitalismo selvagem. O legado de Pinochet é de sangue na política e de desastre econômico com privatizações, aumento das desigualdades sociais e desmonte das proteções trabalhistas.

O general Pinochet de triste memória, além de não honrar a farda que vestiu, foi um serviçal dos interesses dos EUA na América Latina, um traidor da pátria. Um assassino frio. E agora está se descobrindo que era também ladrão, com contas secretas no exterior.

O militarismo ainda está forte na América Latina e no Brasil. Até hoje militares brasileiros “comemoram” o golpe militar de 1964. Também essa gente precisa morrer. O Brasil precisa de outros generais com a democracia na cabeça.

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