27 de fevereiro de 2007

 

Editora Abril conspira, financia PSDB e mantém ligações perigosas com golpistas da Venezuela. Caso de segurança nacional.

A Editora Abril tem relações estreitas com o PSDB e com o governador mineiro Aécio Neves. Emílio Carazzai, que hoje exerce a função de vice-presidente de Finanças do Grupo Abril, foi presidente da Caixa Econômica Federal na gestão de FHC, após Danilo de Castro. Outra tucana influente é a atual vice-presidente da Fundação Victor Civita, Claudia Costin.

A Editora Abril depositou R$ 303 mil na conta da DNA Propaganda, empresa de Marcos Valério que inaugurou um ilícito esquema de financiamento de campanha eleitoral para Eduardo Azeredo, ex-presidente do PSDB, que depois foi utilizado pelo ex-tesoureiro do PT.

Vamos abrir o jogo?

A Editora Abril financia políticos do PSDB. Nas eleições de 2002, a Editora Abril doou R$ 50,7 mil a dois candidatos tucanos, afora os apoios de bastidores tão comuns na política brasileira. Para quem não se lembra, o assunto foi objeto de pronunciamento na Câmara Federal da parte do deputado federal Dr Rosinha, do PT do Paraná.

O deputado federal Alberto Goldman, que se traveste de vestal da ética, recebeu R$ 34,9 mil da influente família; já o deputado Aloysio Nunes, ex-ministro de FHC e ligado a José Serra, foi agraciado com R$ 15,8 mil.

E o que tem de errado nisso?

É que Alberto Goldman, no governo FHC, foi relator da Lei Geral de Telecomunicações, que permitiu investimentos estrangeiros na mídia nacional. Quem em sã consciência pode achar que o parlamentar vendeu a mídia de seu país por apenas R$ 34,9 mil?

A Abril possuía uma dívida líquida, em 2002, de R$ 699 milhões. Em julho de 2004, fundos de investimento da Capital International Inc se associaram ao Grupo Abril, beneficiando-se da lei relatada por Goldman.A Capital International, o terceiro maior gestor de fundos de investimento do mundo, tem dois representantes no Conselho de Administração do Grupo Abril – Willian Parker e Guilherme Lins, que operavam no escritório da Capital Group em Gênova.

Em julho de 2004, esta agência de especulação financeira adquiriu 13,8% das ações da Abril, numa operação viabilizada pela emenda constitucional já citada, sancionada por FHC em 2002, que resultou na injeção de R$ 150 milhões na empresa. Com tamanho poder, a ingerência externa na linha editorial seria inevitável, como tem sido.

VÍNCULOS COM GOLPISTAS

Os leitores da revista Veja perguntam-se sempre o porquê da obsessão antichavista que perpassa todas as matérias. A Editora Abril e a revista Veja são uma questão de segurança nacional.

Ora. A Editora Abril tem vínculos com a Cisneros Group, holding controlada por Gustavo Cisneros, um dos principais mentores do frustrado golpe midiático contra o presidente Hugo Chávez, em abril de 2002.

O inimigo declarado do líder venezuelano é proprietário de um império que congrega 75 empresas no setor da mídia, espalhadas pela América do Sul, Estados Unidos, Canadá, Espanha e Portugal.

Segundo Gustavo Barreto, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), as primeiras parcerias da Abril com a Cisneros datam de 1995 em torno das transmissões via satélites.

O grupo também é sócio da DirecTV, que já teve presença acionária da Abril. Desde 2000, os dois grupos se tornaram sócios na empresa resultante da fusão entre AOL e a Time Warner.

MUITAS LIGAÇÕES PERIGOSAS

Ainda segundo Gustavo Barreto, "a Editora Abril possui relações com instituições financeiras como o Banco Safra e a norte-americana JP Morgan", a mesma que calcula o chamado 'risco-país', índice que designa o risco que os investidores correm quando investem no Brasil.

Editora Abril, grupo Folha e Rede Globo estão juntas neste projeto que agora caminha para outros meios de comunicação, segundo Luís Frias, presidente do grupo UOL Internacional, uma unidade de negócios do UOL Inc., holding de internet cujos acionistas são IHK (sociedade do Grupo Folha e Abril Editora) com 87,5% e um grupo de investidores privados com 12,5% de participação.

Esse grupo é composto por Morgan Stanley Dean Witter Private Equity, Blackstone Capital Partners III, Providence Equity Partners Inc., Credit Suisse First Boston Garantia, Deutsche Bank Capital Partners Latin America, Hambrecht & Quist, Latinvest Asset Management e Reuters Group PLC.

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