5 de dezembro de 2013
Depoimentos de torturados na Bahia encerram audiências públicas
A TARDE (Patrícia França) -
Com os depoimentos do jortnalista e ex-deputado federal pelo PT, Emiliano
José, da jornalista Mariluce Moura e do petroleiro aposentados e ex-deputado
estadual cassado Wilton Valença, a Comissão Estadual da Verdade encerrou ontem
(04/12) a série de audiências programadas para este ano.
NOTA DO BLOG BAHIA DE FATO – Na verdade, os depoimentos de
ontem (04/12/2013) foram de Emiliano, Mariluce e Marival Caldas, este também
petroleiro aposentado. Wilton Valença não pode comparecer por motivo de doença.
Segue o texto de Patrícia França:
As sessões ocorreram no Salão Nobre da reitoria da
Universidade Federal da Bahia. No total foram ouvidos nove baianos vítimas das
violações de direitos na ditadura militar, entre 1964 e 1985.
Emiliano José falou de sua militância política na Ação
Popular (AP) contra o regime militar e a prisão, em 1970. Ele foi preso por
policiais do coronel Luiz Artur de Carvalho, então superintendente da Polícia
Federal na Bahia.
“Indaguei porque estava sendo preso e ele (o coronel) disse
que eu ia saber quando fosse colocado no pau”, lembrou Emiliano, que foi
encaminhado ao quartel do Barbalho. “Sofritodo tipo de tortura, choque
elétrico, afogamento, pau de arara”.
O jornalista disse que foi torturado pelo capitão Hemetério
Chaves Filho, comandante da Polícia do exército e pelo capitão Gildo ribeiro,
que era da PM. Condenado a sete anos de prisão, cumpriu quatro na Galeria F da
Penitenciária Lemos Brito.
Outro depoimento emcionado foi o da jornalista Mariluce
Moura. Presa grávida, em 1973, com o marido Gildo Macedo Lacerda, militante da
AP, foram torturados no Barbalho. “É uma luta de quatro gerações”, disse
Mariluce. Levado para Pernambuco, Gildo foi morto pela repressão. (A Tarde –
05/12/2013, página B2).