19 de outubro de 2013

 

Marina Silva perdeu o encanto ao aderir à "velha política"

Impressionante. Marina Silva (?), ambientalista radical a ponto de romper com o PT, aliou-se a Eduardo Campos (PSB), em busca do poder. É um poço de contradições. Eduardo Campos estava de compromisso com Ronaldo Caiado, do DEM de Goiás, ruralista extremado, inimigo declarado dos trabalhadores rurais, das comunidades indígenas, e responsável pela derrota do Código Florestal no Congresso Nacional. O PSB estava também de aliança com Paulo Bornhausen, filho de Jorge Bornhausen, radicais de direita, antigos donos do PFL, com muito poder na era FHC. Sem falar no apoio do abominável ex-senador Heráclito Fortes (DEM), serviçal do banqueiro Daniel Dantas. Desse jeito, como iria o PSB “enterrar a velha política”?

Digo poço de contradições porque o PSB - agora partido de Marina - tem como vice-presidente nacional o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral, que defende a energia nuclear no Brasil, assim como o enriquecimento de urânio para desenvolvimento de armas nucleares. Aliás, Eduardo Campos, ex-ministro da Ciência e Tecnologia, também defende a energia nuclear. Portanto, trata-se de uma grande empulhação o desenvolvimento sustentável de Marina Silva. Como ela vai combinar a preservação ambiental com o desenvolvimentismo tradicional pregado por Eduardo Campos?
Vamos raciocinar. Não passa do mais reles oportunismo político essa adesão de Marina Silva ao PSB. Ela defende o desenvolvimento sustentável, o fim do crescimento acelerado, e ele prega a expansão da economia e a transformação do Brasil num canteiro de obras, um PIBão, ou seja, mais impacto no meio ambiente. Me enganem que eu gosto.

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