5 de fevereiro de 2013
Finalmente, Câmara Federal enfrenta o politizado STF
Finalmente, a Câmara Federal está reagindo à politização do Supremo Tribunal Federal, que se transformou num partido político, e com um outro partido satélite, a Procuradoria-Geral da República. A Folha de São Paulo (05/02) que, como eu, quer botar fogo no circo, dá a manchete sensacional: “Nova direção da Câmara defende desobedecer STF”. Este conflito entre poderes está ocorrendo por causa do julgamento do suposto mensalão. Os parlamentares acusados foram condenados num polêmico julgamento, em que os senhores ministros se ajoelharam diante das pressões da mídia. Ajoelharam e agora tem que rezar.
Pelo entendimento que o novo presidente eleito da Câmara Federal deixou no ar, cassação de mandatos parlamentares é prerrogativa final da Câmara Federal. Assim, os mandatos de José Genoíno e João Paulo Cunha podem ser mantidos pelo poder competente. Jânio de Freitas, comentarista político da Folha, afirma que, na história parlamentar, a eleição de acusados de crimes financeiros não tem precedentes. Infelizmente, não se pode dizer o mesmo do STF brasileiro, que já se ajoelhou diante da ditadura Vargas, diante dos generais golpistas de 1964 e agora diante da mídia e de sua própria opinião publicada.
O interessante da democracia é que o Judiciário pode se vender, a mídia pode se corromper, e ainda assim o Congresso Nacional, tanto Senado quanto Câmara federal, pode assumir posição independente e livre. Vejam o exemplo do senador Renan Calheiros, eleito presidente do Congresso Nacional sob uma ataque cerrado da mídia, ainda assim “defende a imprensa livre, pedra angular da democracia e a tentativa de controle a qualquer pretexto é inadmissível”. Exatamente hoje, no mesmo dia da manchete incendiária da Folha de São Paulo, ele escreve na própria Folha: “Sou cativo da liberdade de expressão, sei como foi duro conquistá-la”.
Parece que o senador Renan Calheiros está mais para a Folha de São Paulo que para os movimentos sociais que lutam por liberdade de expressão para todos, não para meia dúzia de famílias ricaças.
Agora, ridículo, ridículo mesmo é manifestação de 20 pessoas contra os parlamentares eleitos para presidir Câmara e Senado. Parece-me que a população não está nem aí para a opinião publicada nos jornais e para um noticiário viciado e acintosamente partidário. Como este da Folha.