4 de fevereiro de 2013
A Folha prossegue em sua cruzada contra a política
Minha última leitura de jornal, antes da Festa de Yemanjá,
no Rio Vermelho, foi a página chamada “Poder”,
da Folha de S. Paulo de 1º de fevereiro. A manchete de página, - não me lembro
se manchete também de primeira página – foi “Dirceu apóia Renan e diz que senador
é alvo de “falso moralismo”, assim mesmo entre aspas. Os redatores (não assinam
a matéria) acham que vinculando o nome de José Dirceu a Renan Calheiros e
aspeando a expressão “falso moralismo” fariam grande estrago no processo de
eleição à presidência do Senado. Acho idiota a tese, mesmo que insistindo na
vinculação de José Dirceu e a condenação no tal do julgamento no STF.
Mas isso virou lugar comum na Folha e demais jornalões do
centro sul. E também em alguns jornalinhos nordestinos. O que me chamou mais a
atenção fi uma coluna em azul, ao lado da matéria, “informando” o que chamaram
de raio-x do senado: o número de senadores (81), os custos de cada um, os
salários, a verba do mandato, os funcionários do Senado, o salário médio dos
funcionários (foram longe) e o número de projetos de lei que por lá passaram.A
edição é visivelmente uma tentativa de indispor a “opinião pública” contra o
Senado. Os jornalistas redatores, obviamente “cumprindo ordens”, usam o
currículo do senador Renan Calheiros (PMDB) contra o processo da sucessão à
presidência do Senado Federal.
A Folha, os jornalões, as redes de TV, transformam o
episódio numa cruzada contra a política, criminalizando seus protagonistas. E
já tem muita gente, até jornalistas medianamente informados mas ideologicamente
confusos, repetindo a baboseira.
A democracia tem lá suas imperfeições, o eleitor vota em
quem a mídia acha que nunca deveria, mas ainda assim é muito melhor que a
ditadura de 1964 apoiada pelos jornalões e suas campanhas de criminalização da
política através de um desgastado falso moralismo.
Nunca vi nas páginas dos jornais, quanto custa essa imprensa
para o Estado, já que não paga impostos,
recebe subsídios e muita grana em publicidade oficial, Mesmo tendo se tornado o
maior negócio do país.