4 de fevereiro de 2013
A Folha não faz um jornalismo honesto
Leiam a manchete da Folha de domingo (3/02). “Programa social consome metade dos gastos federais”. Leiam o que vem a seguir: “Os programas sociais de transferência de renda de Dilma Rousseff alcançaram 50,4% (...) o montante chegou a R$ 405 bilhões. Na matéria, a Folha lista os programas sociais de “Dilma”: Previdência Social Urbana, Previdência Social Rural, seguro-desemprego, aposentadorias, pensões, auxílio-doença, abono salarial, assistência a deficientes, assistência a idosos e Bolsa Família. É honesto incluir nesta conta a Previdência Social criada por Getúlio Vargas? É honesto incluir nesta conta a Previdência Rural, que beneficia trabalhadores rurais com carteira assinada há pelos menos 30 anos? É honesto incluir nesta conta de "Dilma" benefícios conquistados ao longo de 50 anos?
O que a Folha sugere nas entrelinhas é que se trata de um grande um desperdício. Na verdade, os direitos conquistados vem sendo a salvação dos trabalhadores do Brasil, da população de renda baixa e das camadas que se encontram abaixo da linha da pobreza extrema. Eu acho que a Folha de S. Paulo enlouqueceu de vez e Gustavo Patu, ao assinar a matéria, suja seu currículo. Aliás, a manchete da Folha suja o currículo de seu repórter. Mas a matéria também é suja. O texto relaciona os direitos sociais conquistados ao longo das décadas com a alta carga de impostos do Brasil. É uma campanha contra os direitos trabalhistas, inclusive contra a Previdência Social, as aposentadorias, as pensões das viúvas e os auxílios maternidade, doença, acidente e reclusão.
Graças a Deus e ao PT, a expansão mais aguda de “despesas” se dá com o Bolsa Família, que paga benefícios não vinculados ao salário-mínimo a uma “clientela” (para usar o jargão indecente da Folha) pobre e miserável.
Cortem os direitos sociais e a alta carga de impostos abaixa, grita a Folha de S. Paulo. Essa gente devia ir ao paredon. Por traição ao povo brasileiro.