30 de novembro de 2012
Pressão popular garante homenagem a Paulo Stuart Wright, assassinado pela ditadura
Após forte
pressão popular, o governador Raimundo Colombo, de Santa Catarina, vetou o
Projeto de Lei 199/2011, da Assembléia Legislativa, que pretendia alterar o
nome da Rodovia SC-414 Paulo Stuart Wright para Rodovia Francisco Leopoldo
Fleith. A Comissão Nacional da Verdade encarregou-se de comunicar o veto
governamental ao presidente do Legislativo, deputado Gelson Merísio.
Comissão Nacional da Verdade
comunicacao@cnv.presidencia.gov.br
Trata-se
de um despropósito patrocinado por deputados de direita de Santa Catarina. A
mobilização popular deve continuar porque a Assembléia Legislativa pode
derrubar o veto do governador. Informada do vexame, por representantes da
sociedade civil catarinense, a CNV deliberou por unanimidade apoiar o veto
governamental à mudança do nome da rodovia.
Segundo
ofício remetido pelo coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Claudio
Fonteles, para Merisio, “a alteração do nome da Rodovia Paulo Stuart Wright é
cabalmente despropositada”.
“O esquecimento
de uma pessoa que se empenhou, com a própria vida, em defesa de valores da
Democracia, gravemente compromete a formação da sociedade brasileira, que se
quer sempre livre, jamais abafada pela truculência das soluções ditatoriais”,
afirma o documento da CNV.
QUEM É PAULO
WRIGHT -
Natural de Joaçaba, Santa Catarina, Paulo Stuart Wright era filho de
missionários presbiterianos. Após viver cinco anos nos Estados Unidos, ele
retornou ao Brasil recusando-se a lutar na Guerra da Coreia. Aqui, após um
período em São Paulo, retornou ao estado natal onde fundou cooperativas de
pescadores e se elegeu deputado estadual.
Em 1964,
a Assembleia Legislativa de Santa Catarina o cassou supostamente pelo fato de
não usar gravata nas sessões. Após a cassação, ele foi viver no México e, anos
depois, retornou ao país, onde foi um dos organizadores da Ação Popular no sul
do país, militando na clandestinidade até ser preso, em 1973, por agentes do
Doi-Codi de São Paulo. Está desaparecido até hoje.
Paulo é
irmão do pastor Jaime Wright que, junto com o cardeal Paulo Evaristo Arns,
organizou a capitalização de recursos que resultou no relatório “Brasil: Nunca
Mais”, primeiro documento a denunciar ao grande público nacional e mundial as
torturas e assassinatos praticados pelo regime.
Assessoria
de ComunicaçãoComissão Nacional da Verdade
comunicacao@cnv.presidencia.gov.br
Siga a
Comissão da Verdade do twitter: @CNV_Brasil
Visite a
página da Comissão da Verdade no Facebook: https://www.facebook.com/comissaonacionaldaverdade