21 de dezembro de 2011

 

Privataria tucana: livro usa deputado Emiliano José (PT-BA) como fonte no escândalo da Ilha do Urubu, em Trancoso

A essa altura “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Jr, já é um best seller. Editado pela Geração Editorial, a primeira edição esgotou-se rapidamente nas livrarias. Em Salvador, a Livraria Saraiva, no Shopping Iguatemi, tem um balcão apenas para vender a obra. O livro fala muito das picaretagens de José Serra e de seu primo, o espanhol naturalizado brasileiro, Gregório Marin Preciado. À página 172, ele cita exaustivamente a denúncia do deputado Emiliano José (PT-BA), em reportagem intitulada “Ilha do Urubu, o paraíso traído”, publicada na revista Carta Capital em 2009.

O título do capítulo 8 do livro é “O primo mais esperto de José Serra”. Ele conta (com muita documentação) como se deu o perdão de uma dívida milionária do Gregório Preciado no Banco do Brasil, no tempo de FHC, o apoio do banco estatal na privataria, a compra de três estatais por Preciado na era FHC e os “altos negócios com um paraíso natural da Bahia”. O primo de Serra conseguiu reduzir 109 vezes o valor da pendência com o BB, uma dívida de R$ 448 milhões por irrisórios R$ 4,1 milhões. O caso foi revelado pelo jornalista Fernando Rodrigues, na Folha de São Paulo.

A chave mágica se abriu para Gregório Marin Preciado em 1983, quando foi nomeado por Serra para o Conselho do Banespa. Os tucanos nem eram ainda tucanos. Em agosto de 1993, Preciado, o primo de Serra, toma um empréstimo de US$ 2,5 milhões na Agência Rudge Ramos. Não consegue pagar e os cofres do Banco do Brasil é que vão pagar. E então a picaretagem vai rolando a dívida, que vai aumentando.

Quando FHC inaugurou a era da privataria, Preciado aparece na Bahia como representante da Iberdrola espanhola, que adquiriu três estatais, entre elas a Coelba, a Cosern, do Rio Grande do Norte e a Ceple de Pernambuco. Preciado Marin tornou-se proprietário de uma mansão de R$ 1 milhão em Trancoso, paradisíaco recanto do sul da Bahia. O mesmo Oásis em que a família Serra busca recuperar-se da labuta. Foi lá que Serra passou o réveillon de 2010. São as ligações mafiosas.

A reportagem “A Ilha do Urubu” compromete o ex-governador Paulo Souto, ao ser derrotado por Jaques Wagner. Souto esvaziou as gavetas do Palácio de Ondina e foi à forra contra os eleitores da Bahia, despachando um “saco de bondades” custeadas pelos cofres do estado, incluindo a outorga a particulares de 17 propriedades rurais, 12 imóveis e 1.042 veículos. “É o que revelou a denúncia do deputado Emiliano José (PT-BA), ampliada na imprensa”, afirma Amaury Jr. Das terras outorgadas, uma foi a Ilha do Urubu, considerada uma das áreas mais valorizadas do litoral do Atlântico.

O capítulo 8 do livro de Amaury Ribeiro desce a detalhes de como foi a operação. No começo de 2010, um Parecer da Procuradoria Geral do Estado declarou nula a doação da terra. As relações perigosas entre Serra, seu primo Gregório Marin Preciado e o ex-governador Paulo Souto foram desfeitas. Vale a pena ler o livro “A Privataria Tucana”. Tem escândalo de fazer dó. (Fonte: Blog Bahia de Fato).

Comments: Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?