17 de outubro de 2011

 

Planejamento Estratégico e felicidade

A cada ano que passa, o tema do Planejamento Estratégico Empresarial ocupa mais espaço entre os executivos e gestores da Bahia. Aqui mesma na Agência de Fomento do Estado da Bahia – Desenbahia, este processo de construção está bastante avançado. Dentro de poucos dias teremos nosso Planejamento Estratégico 2012-1015.

Quando me perguntam qual é o objetivo. Eu respondo que nosso objetivo estratégico final deve ser a felicidade das pessoas que trabalham. Qualquer caminho não serve. Todo mundo conhece a história de Alice no País das Maravilhas. Ela pergunta ao gato qual a saída e diz que não sabia para onde ir. Neste caso, “Se você não sabe aonde quer ir, pouco importa o caminho”, responde o gato da história de Lewis Carrol.

Por isso tanto tempo dos gestores é investido em cansativas reuniões. O Planejamento Estratégico da empresa redefine a Missão, a Visão, os Valores, os Objetivos Estratégicos. Todos querem saber para onde ir e procuram o melhor caminho. Afinal, não se pode pensar somente em dinheiro, há mais coisas importantes.

E o que pode ser mais ou tão importante do que fazer a empresa crescer, gerar negócios, dar lucro? A resposta é simples.

As pessoas têm direito à felicidade!
E empresas são feitas de pessoas!

A questão da felicidade é uma questão metafísica, mas está presente no cotidiano das pessoas, dos trabalhadores, dos executivos. Por extensão, no cotidiano das empresas.
Infelicidade no trabalho atinge 1 em 3 profissionais. Uma pesquisa (Folha de S. Paulo, 23/10/2011) realizada no primeiro semestre de 2011 pela Weigel Coaching, com mil pessoas em São Paulo e Rio Grande do Sul, aponta que 32,2% se sentem parcialmente felizes ou infelizes profissionalmente.

Outro estudo feito em 2010 pela Hays, com 430 trabalhadores em São Paulo e Rio de Janeiro revela cenário semelhante: 32% estão infelizes. Os motivos do sentimento de infelicidade são vários: para 69% falta perspectiva de crescimento; para 36% falta desafio; para 36% a insatisfação se relaciona com a remuneração.

O professor Paulo Nassar, presidente da ABERJE, escreveu um interessante artigo intitulado “A Comunicação da Transcendência”: “A história das empresas, por incompetência, ganância e insensibilidade dos administradores, tem se caracterizado por narrativas embasadas apenas nos aspectos materialistas e tangíveis da atividade produtiva. Como exemplos disso, a ênfase na busca por resultados quantitativos, na cobrança de resultados e o foco em metas.

“No ambiente contemporâneo, a estabilidade e a perenidade empresarial são, também, resultados de narrativas transcendentes, que valorizam os aspectos qualitativos e humanos do ambiente do trabalho, visto como uma extensão da sociedade”.

Você já pensou na história da infelicidade brasileira?. A escravização dos indígenas, dos negros africanos, a República sem distribuição de renda, sem reforma agrária. Uma democracia sempre interrompida por golpes militares e nunca concluída.
Desde o século XVIII, na Revolução Francesa escreve-se que “o Homem tem o direito de ser feliz”.

Na modernidade, a felicidade começa no mundo do trabalho. Se o trabalho é justo, equilibrado, se proporciona efetiva riqueza, a felicidade torna-se possível e capaz de se tornar um estado de alma pessoal, um sentimento presente no corpo e no coração das pessoas.

Felicidade é questão de condições de trabalho, de harmonia entre o interior e o exterior das pessoas. Passa pelo trabalho, pela empresa, pela Diretoria, pela Gerência de Recursos Humanos e pelo Departamento de Comunicação. Se não estão levando isso em conta tem gente perdendo tempo.

Daí a inescapável conclusão: na empresa, a felicidade das pessoas tem que ser o objetivo estratégico final.

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