2 de junho de 2011
Precisamos de uma Agência Bahia de Comunicação
O título desse artigo também poderia ser: “Jornalismo de interesse público versus jornalismo de interesse privado”. Aprendi com a vida que há dois tipos de jornalismo. O jornalismo de interesse público e o outro, o praticado pelo Partido da Imprensa Golpista, o jornalismo de interesse privado. O jornalismo de interesse privado banaliza seu contrário chamando-o de jornalismo chapa-branca, apenas um pejorativo para desmoralizar o que o ameaça. O jornalismo de interesse público abre caminho para a cidadania, o jornalismo de interesse privado abre caminho para negócios.
Como as coisas são complexas, há muita gente praticando jornalismo de interesse privado em empresas públicas de comunicação. E há muita gente praticando jornalismo de interesse público em empresas privadas de comunicação. A questão então é saber ler. O jornalismo de interesse privado encontra amplo espaço nas empresas públicas e privadas porque, basicamente, o brasileiro tem dificuldade de entender as coisas – há um alto grau de analfabetismo funcional.
Um bom debate é a discussão sobre os sistemas de comunicação público, privado e estatal, que estão previsto na Constituição Federal. Outro bom debate é a discussão sobre a forma de produção do jornalismo de interesse público versus interesse privado nos sistema de comunicação público, privado e estatal.
Desde seu surgimento, a imprensa privada, por exemplo, tem o foco voltado para notícias do eixo Rio-São Paulo. Os grandes veículos cobrem desde o planejamento estratégico das grandes metrópoles até o mais corriqueiro boteco da esquina. A classe média do centro-sul sente sua vida retratada na cobertura midiática, inclusive com seu sotaque, seu modo de falar. O mesmo não se dá com relação às demais regiões do país.
É visível que as mídias privadas regionais não conseguiram virar este jogo. Basicamente, reproduzem textos, fotos e imagens produzidos por agências de notícia controladas pela mídia privada do centro-sul. E reproduzem não somente textos, fotos e imagens, mas também a opinião pessoal de colunistas regiamente pagos que vendem suas próprias opiniões publicadas como “opinião pública”. Há também colunistas regionais que fazem o mesmo, é um meio de vida.
Penso que há muito espaço para jornalismo de interesse público praticado por empresas públicas e/ou estatais. Sem desmerecer o Instituto de Rádio Difusão da Bahia – IRDEB, que já presta importante serviço nas áreas da informação e da cultura, há um imenso espaço a ser ocupado pelo jornalismo de interesse público na TV Educativa e na Rádio Educadora.
A espetacularização da notícia, tão estudada e dissecada pelas faculdades de comunicação, não precisa ser o caminho. Os sistemas são complementares. A mídia privada anda atrás de lucro, daí o sistema de mensuração do tipo IBOPE e assemelhados. A mídia pública pode virar o jogo e mostrar a face positiva da vida comunitária dos bairros periféricos, por exemplo, onde não existe somente sangue e selvageria.
Não dá mais para engolir chavão grosseiro do tipo “jornalismo tem que ser de oposição”. Até porque governos podem representar bem os interesses públicos e oposições podem representar interesses privados. Acredito que o sistema público de informação pode praticar jornalismo de interesse público, não apenas governamental. A pauta deveria se orientar para as políticas públicas em andamento, os projetos voltados para cidadania, saúde, educação, transporte coletivo, prevenção de catástrofes naturais, infra-estrutura urbana e a qualidade de serviços públicos prestados pelo estado. Claro, a mídia privada pode fazer também tudo isso, até o limite do interesse do acionista majoritário ou da ideologia do editor-chefe.
Avalio como positivo o serviço prestado pela Agência Brasil, por exemplo. Além do noticiário sobre o que o governo federal faz – o que é um dever do estado – a Agência Brasil vai atrás do que acontece fora do eixo Rio-São Paulo, na medida de seu orçamento.
Nós estamos precisando de uma Agência Bahia.
De uma Agência Bahia de Comunicação, mais precisamente, com autonomia em relação ao próprio governo estadual, que inclua, mas, extrapole a informação governamental, com temas das áreas de educação, arte, cultura, ciência e tecnologia. Há muita coisa acontecendo na Bahia que precisa ser mostrada, sem ter que pagar espaço na mídia privada.
Como as coisas são complexas, há muita gente praticando jornalismo de interesse privado em empresas públicas de comunicação. E há muita gente praticando jornalismo de interesse público em empresas privadas de comunicação. A questão então é saber ler. O jornalismo de interesse privado encontra amplo espaço nas empresas públicas e privadas porque, basicamente, o brasileiro tem dificuldade de entender as coisas – há um alto grau de analfabetismo funcional.
Um bom debate é a discussão sobre os sistemas de comunicação público, privado e estatal, que estão previsto na Constituição Federal. Outro bom debate é a discussão sobre a forma de produção do jornalismo de interesse público versus interesse privado nos sistema de comunicação público, privado e estatal.
Desde seu surgimento, a imprensa privada, por exemplo, tem o foco voltado para notícias do eixo Rio-São Paulo. Os grandes veículos cobrem desde o planejamento estratégico das grandes metrópoles até o mais corriqueiro boteco da esquina. A classe média do centro-sul sente sua vida retratada na cobertura midiática, inclusive com seu sotaque, seu modo de falar. O mesmo não se dá com relação às demais regiões do país.
É visível que as mídias privadas regionais não conseguiram virar este jogo. Basicamente, reproduzem textos, fotos e imagens produzidos por agências de notícia controladas pela mídia privada do centro-sul. E reproduzem não somente textos, fotos e imagens, mas também a opinião pessoal de colunistas regiamente pagos que vendem suas próprias opiniões publicadas como “opinião pública”. Há também colunistas regionais que fazem o mesmo, é um meio de vida.
Penso que há muito espaço para jornalismo de interesse público praticado por empresas públicas e/ou estatais. Sem desmerecer o Instituto de Rádio Difusão da Bahia – IRDEB, que já presta importante serviço nas áreas da informação e da cultura, há um imenso espaço a ser ocupado pelo jornalismo de interesse público na TV Educativa e na Rádio Educadora.
A espetacularização da notícia, tão estudada e dissecada pelas faculdades de comunicação, não precisa ser o caminho. Os sistemas são complementares. A mídia privada anda atrás de lucro, daí o sistema de mensuração do tipo IBOPE e assemelhados. A mídia pública pode virar o jogo e mostrar a face positiva da vida comunitária dos bairros periféricos, por exemplo, onde não existe somente sangue e selvageria.
Não dá mais para engolir chavão grosseiro do tipo “jornalismo tem que ser de oposição”. Até porque governos podem representar bem os interesses públicos e oposições podem representar interesses privados. Acredito que o sistema público de informação pode praticar jornalismo de interesse público, não apenas governamental. A pauta deveria se orientar para as políticas públicas em andamento, os projetos voltados para cidadania, saúde, educação, transporte coletivo, prevenção de catástrofes naturais, infra-estrutura urbana e a qualidade de serviços públicos prestados pelo estado. Claro, a mídia privada pode fazer também tudo isso, até o limite do interesse do acionista majoritário ou da ideologia do editor-chefe.
Avalio como positivo o serviço prestado pela Agência Brasil, por exemplo. Além do noticiário sobre o que o governo federal faz – o que é um dever do estado – a Agência Brasil vai atrás do que acontece fora do eixo Rio-São Paulo, na medida de seu orçamento.
Nós estamos precisando de uma Agência Bahia.
De uma Agência Bahia de Comunicação, mais precisamente, com autonomia em relação ao próprio governo estadual, que inclua, mas, extrapole a informação governamental, com temas das áreas de educação, arte, cultura, ciência e tecnologia. Há muita coisa acontecendo na Bahia que precisa ser mostrada, sem ter que pagar espaço na mídia privada.