22 de março de 2011

 

Renault do Brasil processa consumidora que reclamou de carro que não funciona. Quanta estupidez.

A revista Carta Capital brindou seus leitores com uma bela reportagem sobre o desastre da relação entre a montadora Renault do Brasil e uma consumidora que adquiriu um veículo Mégane 2.0 com defeito de fábrica. A empresa passou a ser um exemplo negativo, desastroso, de atendimento ao cliente e de Relações Públicas às avessas. Em vez de resolver o problema, os executivos levaram a consumidora à Justiça “por danos morais”.

O Departamento Jurídico da Renault conseguiu do juiz Renato Maurício Basso, de Santa Catarina, uma liminar determinando que a advogada Daniely Argenton, que comprou o carro com problemas no motor, tirasse do ar seu site “meucarrofalha.com.br” e todas as contas em redes sociais que a consumidora enganada criou para protestar.

No Brasil tem juiz pra tudo. O magistrado concluiu que Daniely Argenton “abusou” do seu direito de liberdade de expressão e causou “danos à imagem da empresa”. A consumidora está com o automóvel defeituoso parado há quatro anos, a Renault nunca resolveu o problema, apesar da garantia de dois anos.

WWW.MEUCARRO FALHA.COM.BR

O twitter da advogada que tinha 2,5 mil seguidores registrou a visita de 460 mil pessoas, 380 mil somente no dia 11, dia do despacho do magistrado. No dia seguinte, o contador do site Meu Carro Falha indicava 620 mil visitantes. O número não para de crescer. Com a reportagem da Carta Capital (23 de março) a história de espalhou pelo Brasil e pelo mundo. Dois vídeos no YouTube chegaram a 90 mil visualizações.

“Daniely comprou o automóvel em fevereiro de 2007. Logo nas primeiras semanas de uso identificou um problema: o carro perdia aceleração em pleno movimento. “imagina que é você estar numa estrada, iniciar uma ultrapassagem e o carro perder a potência. Não é seguro”. Diante da recusa da empresa em resolver o problema, Daniely pediu uma perícia judicial que constatou o defeito. Mas a empresa contestou o laudo.

Se não houver corrupção no meio. É óbvio que a consumidora vai ganhar a causa. Mas, seja qual for o resultado final, a Renault do Brasil perdeu credibilidade e seus executivos estão condenados a virar “case” do que NÃO deve ser feito nas escolas de Marketing,Publicidade, Relações Públicas, Administração de Empresas e, segundo a ótica da revista Carta Capital também nas escolas de jornalismo, pela censura explícita. Ainda sobra espaço para as escolas de Direito que incluem direitos do consumidor no currículo.

Não seria mais prático e barato trocar o carro com defeito de fábrica? Não seria mais vantajoso fazer do limão uma limonada? A Renault não tem SAC, Central de Atendimento ao Cliente, Ouvidoria?

Anacleto Canam, o advogado de Daniely Argenton, resumiu bem a questão: “Ela não denegriu a imagem da Renault. As empresas precisam entender que quem denigre a imagem são elas mesmas, ao desrespeitar os consumidores”.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) o cliente “tem direito de se manifestar na Internet (...) no caso, Daniely está há anos em busca de reparação (...)embora as redes sociais não devam substituir os canais tradicionais, nem para a empresa, nem para o consumidor (...) o cliente deve procurar o Procon e o Judiciário”. Daniely fez todo este percurso antes de denunciar a Renault na Internet.

Que tipo de executivo dirige a Renault do Brasil?

Comments:
Estamos passando algo parecido com a empresa Renault.
no mes de agosto fui até a Space renault de Jacarepagua, e na boa fé comprei um renault fluence com a minha carta de credito, no dia da entrega, surprise: vi um carro sujo, arranhado muitos arranhões, discos de freios com ferrugens(muito enferrujado mesmo)...lataria com mossas, bancos e volante de couro manchado....
pedi a troca do carro, não fui atendida...pedi meu dinheiro de volta...e roubaram meu direito defendido por lei. O carro já se encontra na empresa desde o dia da retirada 02/09/2011, que nunca foi feita. Demorei a entrar com a justiça pois fui enrolada pelo sac, e acreditei mais uma vez nessa empresa, diante tantos casos,e diante de tanta maldade com o consumidor, eu agora, só quero o direito de ter meu dinheiro de volta, e todos os trantornos que estão me causando...como pode uma empresa dessa trabalhar desse jeito, cade um agencia reguladora para o assuntos, eles contam com a morosidade da justiça,as brechas na lei, e o fato que nem todos sabem nem por onde começar, onde começar para lutar pelos seus direitos.
at
Andréa Agrello
 
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