7 de fevereiro de 2011

 

Tribuna da Bahia e a arte de fazer títulos forçados

A ombudsman da Folha de S. Paulo, Suzana Singer, na edição deste domingo (06/02/2011), assina interessante texto sobre “A arte de fazer títulos”. “Existe um trabalho invisível nas redações. Pesquisas mostram que uma grande parte dos leitores apenas passa os olhos pelas páginas dos jornais, zapeando os títulos principais (...) o consumidor só enfrenta um texto até o fim se julgá-lo realmente interessante (...) um bom título ajuda a convencê-lo de que vale a pena gastar alguns minutos naquela notícia”.

Daí que a ombudsman vai recuperando alguns exemplos de títulos curiosos. Tem de tudo. Tem a manchete oficialista: “Copom tomará decisão técnica, diz Meirelles”, como se fosse possível afirmar diferente. E tem a manchete óbvia: “Perdas podem anular os lucros”. Não poderia ser de outra maneira, agora e sempre.

A propósito, a Tribuna da Bahia de hoje (07/02/2011) comete também um curioso título na primeira página: “Salvador ainda sem remédios gratuitos prometidos por Dilma”. Este é um título de extrema má-fé. A presidenta Dilma anunciou o programa de distribuição gratuita de remédios na última quinta-feira (3), quatro dias atrás, com a ressalva que a partir do dia 14, sete dias após, portanto, os remédios estariam chegando às farmácias populares.

Com a intenção clara de “esquentar” a manchete, a Tribuna da Bahia anuncia que “Salvador está ainda sem remédios gratuitos prometidos por Dilma”. A Tribuna da Bahia ignora solenemente a data prevista pelo programa, que é 14 de fevereiro, conforme sua própria reportagem informa.

Ah! Mas, o editor da Tribuna da Bahia, como a ombudsman da Folha, sabe que a maior parte dos leitores lê somente a manchete. É com este tipo de prática que o jornalismo brasileiro vai perdendo a credibilidade.

A imprensa brasileira tem o direito de ser contra Dilma. Não pode é falsificar a notícia impunemente. O preço da falta de credibilidade é muito alto para quem depende de confiança. Vejam o resultado das eleições. A imprensa era a favor de Serra, deu Dilma.

Resta à Internet repor a verdade. Hoje (7), no programa “Café com a presidenta”, Dilma falou que o objetivo do governo é que todos os diabéticos e hipertensos façam o tratamento completo. Dia 14 de fevereiro, a rede “Aqui tem Farmácia Popular” inicia a distribuição dos medicamentos. Cerca de 40 milhões de brasileiros ou têm diabete ou têm hipertensão.

Não há mentira de jornal que destrua a importância do programa “Saúde não tem preço”.

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