13 de agosto de 2010

 

Falso jornalista na Internet reaviva debate sobre diploma

A imprensa toda está noticiando. O cara não é jornalista. Mas o jornal Correio insiste em chamar o editor do site Pura Política, João Andrade Neto, preso por acusação de extorsão contra empresários, de jornalista. Como diz Sérgio Murilo, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) “para o ministro Gilmar Mendes, do STF, que derrubou a obrigatoriedade do diploma para jornalista, ele é jornalista, para mim não”.

Nossa presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia, Kardé Mourão, afirmou que considera o João Andrade “um fora da lei”. Para ela, “descobrir casos como esses são alertas para a necessidade de regulamentar nossa profissão. Não temos como investigar nem punir essas pessoas”. Ela lembra que, mesmo sem o diploma, para exercer a profissão é necessário o registro profissional.

Afinal, uma pessoa qualquer cria um site e se diz editor pode ser chamado de jornalista? Para Giovandro Marcus, diretor da Faculdade de Comunicação da UFBA, os atos praticados foram de antijornalismo: “classificar a atuação num site é difícil se jornalística ou não. Nesse caso, ele não cumpria com processos de apuração jornalísticos e por isso não pode ser considerado como tal”.

João Andrade Neto é apenas um chantagista que bolou um plano para extorquir empresários e enriquecer. Mais importante que debater se ele é ou não jornalista (nem sequer diploma superior ele tem) é entender qual a origem política do cidadão. Ocupava cargo de confiança na prefeitura municipal de Salvador, na Sucom. Foi assessor do secretário de governo de Salvador, Sérgio Brito. A Sucom, órgão da prefeitura comandada pelo prefeito João Carneiro (PMDB) mantinha publicidade no site Pura Política, patrocinando de alguma forma a extorsão.

Comments: Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?