22 de novembro de 2009

 

O olhar vesgo da revista Veja sobre o filme “Lula, o filho do Brasil”

“Lula, o filho do Brasil” é um filme aplaudido por Deus e o mundo, menos pela revista Veja. Tema da reportagem de capa desta semana (25.11.09), o filme é analisado por uma ótica conspirativa. Está se construindo um mito, usaram dinheiro do estado, usaram dinheiro das empresas, reclama a reacionária revista e, para concluir, o filme endeusa Lula, comparando sua vida à vida de Jesus Cristo, porque o semiárido nordestino se parece com a Judéia, porque se Jesus tinha uma irmão, Tiago, Lula também tinha um irmão, Frei Chico.

A doideira da revista Veja é tanta que compara o sermão da Montanha ao comício da Vila Euclides, em 1979. Pior ainda, o redator compara o martírio de Jesus à prisão de Lula na ditadura militar e, molecagem das molecagens, afirma que se Jesus subiu aos céus, Lula também está sendo visto como um milagre.

O texto é tão degradante que a crítica de cinema da Veja, Isabela Boscov, sai de cena e entram no picadeiro do circo Diego Escotesguy e Otávio Cabral, conhecidos pelas deformações redacionais da revista e convocados sempre para fazer o serviço sujo. Fiquei com pena dos jornalistas Sofia Krause e Gustavo Ribeiro, cujos nomes são usados como repórteres. De fato, há muita informação na reportagem, pena que degradada e manipulada pelos redatores. É uma prática usual da revista Veja.

O roteiro do filme ‘Lula, o filho do Brasil”, segue o livro homônimo de Denise Paraná. Poderia não se limitar à vida de Lula antes da trajetória sindical e política. Mas o diretor Fábio Barreto decidiu não prosseguir neste caminho. O filme não faz, portanto, propaganda política de Lula. Ainda assim, a revista força a barra, conclui que é um endeusamento de Lula, pura propaganda.

Como dezenas de filmes nacionais, o governo participa com alguma verba. No caso, R$ 10,8 milhões. Portanto, uma pequena parte. Não podendo criminalizar a participação de verba oficial, a revista Veja criminaliza a participação de verbas privadas e coloca sob suspeita nada menos que 12 grandes empresas nacionais e multinacionais. “São empresas com negócios no governo”, conspira a revista Veja, que pode ser processada por calúnia e difamação.

Numa chamada de destaque, a revista afirma que Fábio Barreto, o diretor, fez uma leitura seletiva da biografia escrita por Denise Paraná. Ora, qualquer débil mental sabe que todo filme baseado em obras literárias ou reportagens é uma leitura seletiva. As linguagens são diferentes, não dá para botar num filme tudo o que se escreve num livro, é óbvio.

Agora, sobre as bobagens que o, digamos, comediante Diogo Mainardi diz em sua coluna não dá para comentar. Ele é pago para insultar pessoas.

Comments:
Ainda não vi o filme “Lula, o filho do Brasil”, já que a obra cinematográfica só entrará no circuito comercial em janeiro do próximo ano.
A considerar a magnitude do seu custo de produção - R$ 12 milhões – o nível do elenco e a espetacular história de um ex-retirante do Nordeste brasileiro e ex-torneiro mecânico que chega à Presidência da Republica, o sucesso de publico já está garantido.
Tenho acompanhado através da grande imprensa nacional as reações histéricas das oposições contra a exibição do filme em um ano eleitoral. Confesso que fico sem entender o que se passa na cabeça desses indivíduos.
- O que tem a ver a exibição do filme com as eleições presidenciais de 2010?
Ao que consta, o Presidente Lula está legalmente impedido – uma pena que seja assim – de concorrer a um terceiro mandato. Portanto, não será candidato, sendo nula a possibilidade de vir a ser beneficiado eleitoralmente.
Se o temor das oposições reside na possibilidade de que o filme venha a ampliar a avaliação pessoal de Lula para acima dos atuais 80%, o que corresponderia ao ineditismo da unanimidade, sugiro que se calem e evitem comparecer às salas de projeção. Proíbam aos seus filhos, netos, esposas, sobrinhos, primos, namorados, pais, sogras e amigos de cederem à tentação de conhecer uma das mais belas histórias política do mundo contemporâneo. Assim, quem sabe, a temível unanimidade poderá ser evitada. Na dúvida, o melhor seria reservar horário com seus psicanalistas e, uma vez instalado em seus confortáveis divãs, tentar encontrar meios capazes de controlar um sentimento típico da natureza humana. A INVEJA.
Washington Pereira
www.blogaodopereira.blogspot.com
 
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