22 de setembro de 2009
A jornada Internacional de Cinema sempre me provoca...
O jornalista, escritor, professor de comunicação e deputado federal Emiliano José (PT-BA) começou assim o artigo “Política no Sertão”, publicado na revista digital Terra Magazine: “A Jornada Internacional de Cinema sempre me provoca (...). O parlamentar petista coordenou uma das mesas. A Jornada, este ano, prestou homenagem a Euclides da Cunha, o imortal criador de Os Sertões. Os muitos debates e vários filmes giraram em torno do intelectual e desse episódio fundamental da história brasileira - Canudos.
Selecionei alguns trechos:
“Não quero tratar especificamente do episódio (a chacina de Canudos). “Os Sertões” rendeu um incontável número de escritos, no Brasil e no mundo. Trato apenas, e aligeiradamente, das ideologias que o cercam, laicas e religiosas. A Igreja Católica, aliás, oficial e oficiosamente, mantém Canudos vivo. Lembro-me de padre Enoque mobilizando multidões no sertão de Canudos, andando por todas aquelas paragens, peregrinando por Euclides da Cunha, Monte Santo, Uauá, Canudos, por todo o cenário da guerra, e entoando cantorias, muitas delas vindas da voz e autoria de Fábio Paes, extraordinário artista do povo, que estava à mesa comigo no domingo, 13 de setembro”.
“O que retenho é a frase de Euclides da Cunha: o sertanejo é antes de tudo um forte”.
“Talvez disso não se retire todas as conseqüências. Não é incomum uma espécie de elogio da inércia em muitos debates atuais. Fala-se no sofrimento, na miséria do povo sertanejo, e simultaneamente, numa quase paralisia do homem do sertão. Como se nada até hoje houvesse se modificado. Uma ideologia cheia de lamento e que afasta a política. Isso aparece, volto a dizê-lo, tanto em ambientes religiosos, mais propícios a essa visão de mundo, quanto também em cenários laicos onde a doença infantil do esquerdismo predomine”.
“(...) Quem andar pelo sertão de Canudos, quem caminhar por todo o Semi-Árido baiano perceberá o quanto há de organização popular, de redes de associações, de sindicatos rurais extremamente ativos, senhores da história, integrados à luta, provocando políticas públicas inovadoras, amparando-se na política dos territórios, tão valorizada pelo governo Lula”.
“Eles - os coronéis, os grandes fazendeiros, os grandes chefes políticos do Nordeste - nunca se conformaram com Lula presidente, e por isso queriam derrubá-lo. O sertão nordestino garantiu a eleição de Lula e de muitos governadores na região. O fim dos grotões foi obra dos sertanejos, do avanço de sua consciência”.
Publicado no site da Terra Magazine (19/09/2009)
LEIA NA ÍNTEGRA
Selecionei alguns trechos:
“Não quero tratar especificamente do episódio (a chacina de Canudos). “Os Sertões” rendeu um incontável número de escritos, no Brasil e no mundo. Trato apenas, e aligeiradamente, das ideologias que o cercam, laicas e religiosas. A Igreja Católica, aliás, oficial e oficiosamente, mantém Canudos vivo. Lembro-me de padre Enoque mobilizando multidões no sertão de Canudos, andando por todas aquelas paragens, peregrinando por Euclides da Cunha, Monte Santo, Uauá, Canudos, por todo o cenário da guerra, e entoando cantorias, muitas delas vindas da voz e autoria de Fábio Paes, extraordinário artista do povo, que estava à mesa comigo no domingo, 13 de setembro”.
“O que retenho é a frase de Euclides da Cunha: o sertanejo é antes de tudo um forte”.
“Talvez disso não se retire todas as conseqüências. Não é incomum uma espécie de elogio da inércia em muitos debates atuais. Fala-se no sofrimento, na miséria do povo sertanejo, e simultaneamente, numa quase paralisia do homem do sertão. Como se nada até hoje houvesse se modificado. Uma ideologia cheia de lamento e que afasta a política. Isso aparece, volto a dizê-lo, tanto em ambientes religiosos, mais propícios a essa visão de mundo, quanto também em cenários laicos onde a doença infantil do esquerdismo predomine”.
“(...) Quem andar pelo sertão de Canudos, quem caminhar por todo o Semi-Árido baiano perceberá o quanto há de organização popular, de redes de associações, de sindicatos rurais extremamente ativos, senhores da história, integrados à luta, provocando políticas públicas inovadoras, amparando-se na política dos territórios, tão valorizada pelo governo Lula”.
“Eles - os coronéis, os grandes fazendeiros, os grandes chefes políticos do Nordeste - nunca se conformaram com Lula presidente, e por isso queriam derrubá-lo. O sertão nordestino garantiu a eleição de Lula e de muitos governadores na região. O fim dos grotões foi obra dos sertanejos, do avanço de sua consciência”.
Publicado no site da Terra Magazine (19/09/2009)
LEIA NA ÍNTEGRA