5 de dezembro de 2008

 

Aborto é problema de saúde pública, não é caso de polícia

A legislação brasileira criminalizando o aborto afeta gravemente a saúde das mulheres. Na Bahia o aborto é a segunda causa de internamentos hospitalares. Nos hospitais as mulheres sofrem preconceito e hostilidade. O número de aborto preocupa. Em cada 100 mulheres internadas por parto, 25 abortam. O número é maior do que a média nacional de 15 abortos a cada 100 internamentos. De janeiro a agosto de 2008, foram registrados 2.546 abortos em Salvador e 10.113 em todo o estado. São mulheres com baixo índice de escolaridade, negras, moradoras de comunidades pobres.

Os números são do dossiê “A realidade do aborto inseguro na Bahia: a ilegalidade da prática e seus efeitos na saúde das mulheres em Salvador e Feira de Santana”, produzido e divulgado pelo Instituto Mulheres pela Atenção Integral à Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos (IMAIS).

Como o aborto é ilegal, mulheres negras e pobres, em geral, provocam aborto por variados métodos inseguros e acabam internadas. Ao todo, somente em Salvador, foram realizadas 8.387 curetagens pelo SUS em 2007. No Brasil os números são preocupantes. Em 2007, 220 mil internações no SUS foram motivadas por aborto inseguro. A cada ano, 1,4 milhão de mulheres realizam aborto, mas, muitas delas não chegam a recorrer aos serviços do SUS.

Crime e pecado mesmo é prender mulher pela prática de aborto. Esse tal padre Ailton Lopes, entrevistado pelo jornal A Tarde, é um perfeito idiota. Ele prega a aplicação da atrasada legislação brasileira. O aborto, pela lei, pode levar uma mulher a ser condenada a três anos de cadeia.

Cidadãos conscientes precisam pressionar o Congresso Nacional para a descriminalização do aborto. Este país precisa se modernizar.

Comments:
concordo plenamente, toda mulher tem o direito de escolher o que fazer com seu corpo, crime maior é colocar uma criança no mundo sem dar a ela condiçoes de se desenvolver com segurança e afeto.
 
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