25 de junho de 2008
Promotor ruralista do RS quer dissolver o MST
É extraordinária a notícia que vem no Rio Grande do Sul. Um certo promotor público, Gilberto Thums, pediu a dissolução no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o enquadramento do movimento como "grupo guerrilheiro". O fato em si já seria inusitado, um verdadeiro retrocesso na democracia brasileira. Porém, as justificativas apresentadas pelo integrante do Conselho Superior do Ministério Público do RS revelam dados preocupantes: parece que o MP do RS quer iniciar um levante de direita e quer utilizar o MST como a primeira batalha a ser vencida.
No fundo, miram o Planalto, e não escondem a intenção: bradam aos líderes dos sem terra para irem "acampar em Brasília, onde o presidente Lula é o representante maior deles". A essa afirmativa, cabe uma indagação: se o MST é um movimento guerrilheiro, e o Lula é o representante maior deles, então o presidente do Brasil é o comandante de um grupo guerrilheiro? Faz-me rir.
A "tática" de enquadrar o MST como "movimento guerrilheiro" beira o ridículo. Na certa o representante do MP gaúcho desconhece o significado do termo guerrilha, ao qual a organização dos sem terra não se enquadra de nenhuma forma. Não se trata de grupo armado com intenções de tomada de poder, ao contrário, é um legítimo movimento de reivindicação de terras para trabalhadores rurais, em um país com vasto território, onde os maiores proprietários conseguiram suas terras através de aquisições suspeitas.
Terras devolutas da União, em todo o Brasil, formam atualmente os maiores latifúndios. Thums diz que no seu Rio Grande não há terras para reforma agrária. Justo lá onde o MST começou, na ocupação da Fazenda Anoni e na celebre e triste batalha de Sarandi, em uma luta contada no filme "Terra para Rose", de Tetê Moraes, de 1985.
Ao ilustre representante do Ministério Público gaúcho, podemos dizer apenas: vade retro! O MST é um movimento legítimo que, apesar de excessos ocasionais, deu dignidade às organizações sociais e não deixa a luta pela reforma agrária cair no esquecimento da nossa mídia. Mais o que a luta pela terra, o MST mantem acesa a luta pelo direito a uma vida dígna, para os excluídos da cidade e do campo.
No fundo, miram o Planalto, e não escondem a intenção: bradam aos líderes dos sem terra para irem "acampar em Brasília, onde o presidente Lula é o representante maior deles". A essa afirmativa, cabe uma indagação: se o MST é um movimento guerrilheiro, e o Lula é o representante maior deles, então o presidente do Brasil é o comandante de um grupo guerrilheiro? Faz-me rir.
A "tática" de enquadrar o MST como "movimento guerrilheiro" beira o ridículo. Na certa o representante do MP gaúcho desconhece o significado do termo guerrilha, ao qual a organização dos sem terra não se enquadra de nenhuma forma. Não se trata de grupo armado com intenções de tomada de poder, ao contrário, é um legítimo movimento de reivindicação de terras para trabalhadores rurais, em um país com vasto território, onde os maiores proprietários conseguiram suas terras através de aquisições suspeitas.
Terras devolutas da União, em todo o Brasil, formam atualmente os maiores latifúndios. Thums diz que no seu Rio Grande não há terras para reforma agrária. Justo lá onde o MST começou, na ocupação da Fazenda Anoni e na celebre e triste batalha de Sarandi, em uma luta contada no filme "Terra para Rose", de Tetê Moraes, de 1985.
Ao ilustre representante do Ministério Público gaúcho, podemos dizer apenas: vade retro! O MST é um movimento legítimo que, apesar de excessos ocasionais, deu dignidade às organizações sociais e não deixa a luta pela reforma agrária cair no esquecimento da nossa mídia. Mais o que a luta pela terra, o MST mantem acesa a luta pelo direito a uma vida dígna, para os excluídos da cidade e do campo.