8 de dezembro de 2007

 

Disputa interna no PT baiano ganha jornais, da pior maneira

Acusações de fisiologismo, uso da máquina e lembranças dos métodos do mensalão, feitas por Ivan Alex, principal articulador da re-candidatura de Marcelino Galo à presidência do PT da Bahia, fizeram o segundo turno das eleições internas ganhar as páginas dos jornais da pior maneira possível. O noticiário revela que Jonas Paulo e também Vânia Galvão passaram a ser favoritos no segundo turno, por atrair fortes alianças.

SEGUE MATÉRIA DE A TARDE

Correntes do PT se unem contra Galo

BIAGGIO TALENTO | AGÊNCIA A TARDE
btalento@grupoatarde.com.br

Esquentou a disputa pelo comando do PT na Bahia, com acusações de “fisiologismo” depois do apoio de várias correntes do partido à candidatura de Jonas Paulo (da Construindo um Novo Brasil) segundo colocado no primeiro turno do Processo de Eleição Direta (PED) realizado domingo passado.

O acordo foi firmado na manhã de ontem, em ato na Câmara Municipal, contando com a presença do secretário das Relações Institucionais do Estado Rui Costa (da tendência Reencantar). O objetivo é não permitir a reeleição do atual presidente Marcelino Galo (A Esperança É Vermelha) ligada ao deputado Nélson Pelegrino. Um aliado de Galo, Ivan Alex Teixeira Lima, secretário de comunicação do PT estadual disse que os “métodos” usados por Costa se assemelham “aos de Delúbio Soares”.

O que está em jogo na disputa é definição sobre como o PT deve se posicionar em relação à eleição da Prefeitura de Salvador no próximo ano. Gallo já anunciou que se conseguir a reeleição pretende romper a aliança com o prefeito João Henrique Carneiro (PMDB) e lançar candidato próprio para a prefeitura da capital baiana em 2008. O nome mais cotado é o de Pelegrino.

A tendência Construindo um Novo Brasil do candidato Jonas Paulo junto com a Reencantar, a Dois de Julho (do secretário estadual da Promoção da Igualdade Luiz Alberto) e a Democracia Socialista (do deputado Walter Pinheiro) trabalham pela manutenção da política de alianças com outros partidos, estratégia que se mostrou vitoriosa nos pleitos passados que resultaram nas eleições do prefeito João Henrique (2004) e o governador Jaques Wagner (2006).

Se os apoios se traduzirem em votos, tanto Jonas Paulo como Vânia Galvão, candidata da aliança à presidência do diretório municipal de Salvador já podem se considerar eleitos no segundo turno do PED que será realizado no dia 16. No primeiro turno Marcelino Galo obteve 6.759 votos. Jonas Paulo ficou em segundo com 5.421, Pery Falcón (Reencantar) em terceiro com 2.749 e a deputada Neuza Cadore (da Democracia Socialista) em quarto com 2.689. A soma dos votos dos adversários de Galo chega a 10.859.

PROMESSAS DE CARGOS

Pery Falcón defendeu o apoio a Jonas Paulo em oposição à de Galo como forma de “manter um equilíbrio entre as diversas forças internas e imprimir uma prática mais democrática e plural na gestão do PT”.

Ele não acha que o partido vai ”rachar“ com a disputa. ”Entre nós não temos inimigos; temos divergências políticas e, como tal devem ser debatidas e resolvidas pelo caminho democrático e fraterno.

Todos os prognósticos de racha e acirramento das divergências falharam“.

Neuza Cadore negou que a intenção dos grupos que se aliaram seja isolar o A Esperança É Vermelha, mas disse que ”as bases petistas estavam insatisfeitas com a condução que a atual direção vinha conduzindo o partido, sem dar voz ativa aos militantes“. Falcón e Neuza defendem a política de alianças.

A aliança ”anti-Galo“ deixou os integrantes do seu grupo furiosos.

Marcelino Galo e o deputado Nelson Pelegrino estavam fora de Salvador ontem. Contudo, um integrante do A Esperança É Vermelha, Ivan Alex Teixeira Lima não poupou críticas ao secretário Rui Costa pela manobra em favor de Jonas Paulo. ”O processo do PED estava tranqüilo até hoje (ontem); toda personalidade do PT tem o direito de apoiar um nome, o ruim é ter parte do governo (estadual) tipo a Serin (Secretaria de Relações Institucionais) sendo usada em favor de uma candidatura“. Esse ”uso“, conforme acusou Lima, seria ”prometer cargos e obras“ para obter apoios à candidatura de Jonas Paulo.

”Isso não faz bem à saúde política do PT, é um método atrasado, que deprime“, disse, comparando a ação ao que fazia o ex-tesoureiro do PT nacional Delúbio Soares ”expulso do partido por causa do mensalão“. Lima contou que iria reclamar desse ”método“ ao governador Jaques Wagner e à direção nacional petista.

Através de sua assessoria de imprensa, o secretário Rui Costa negou qualquer utilização da Serin na eleição do PT. Conforme a assessoria, Costa sabe ”separar muito bem a função de secretário com a de militante do PT“.

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