25 de maio de 2007

 

Camaçari recebe Luiz Caetano em festa, a repórter da TV Bahia levou um tapa

Cheguei ao Aeroporto de Salvador às 11hs em ponto. As dezenas de ônibus que conduziram cidadãos de Camaçari já estavam estacionados em fila. Havia centenas de carros particulares ocupando a pista de saída. Milhares de pessoas tomaram de assalto as dependências do Aeroporto. Faixas, cartazes, camisas e adesivos. Como num grande comício. Banda e slogans cantados em corais animados. Cheguei em tempo de ver a repórter Raquel Porto Alegre, da TV Bahia, levar um tabefe de uma enfurecida popular. O grupo gritava com animosidade e muito ritmo: “TV/ Bahia/mentira todo dia/ mentira/ todo dia/. Eram conduzidos por militantes do PCdoB. Então a repórter cometeu a imprudência, enfrentou a plebe:“Me batam. Me dêem um tapa” e mostrou a face. Não deu outra. Uma mulher avançou e a repórter rodopiou. Foi atendida na Emergência do aeroporto.

Luiz Caetano não tinha ainda desembarcado quando ocorreu o incidente. A imprensa ficou aborrecida também com o descontrole popular. Não deu para organizar uma entrevista coletiva, populares agarraram o prefeito Luiz Caetano e o levaram nos ombros. Foi uma comoção. Aos poucos os seguranças tomaram conta. Mas aí Luiz Caetano também já tinha sofrido um bocado. Puxa pra cá, puxa pra lá. Percorreram o saguão do aeroporto, passaram quase levando nos peitos as portas de vidro e ganharam o espaço do estacionamento térreo. Os populares não estavam com olhos de amigos, para desespero da assessoria de imprensa. Por duas vezes Luiz Caetano parou e tentou falar à imprensa. Quase impossível, diante da massa emocionada.

Acompanhei a carreata. Na Via Parafuso, a caminho de Camaçari, parei e contei 732 veículos com a marca “Sou mais Caetano”, fora o meu Escort 99, meio amassado. Desisti de contar e segui a carreata. A estrada CIA/Camaçari engarrafou. Quando cheguei em Camaçari, o povo já ocupava a praça municipal, diante de um palanque armado diante da sede da prefeitura. O prefeito Luiz Caetano, suado mas recomposto, dava entrevista para as TVs.

O palanque já estava cheio. A vereadora Luiza Maia, mulher do prefeito, presidente da Câmara Municipal, convocou a coordenação do ato. Ela mesmo começou o primeiro discurso, inflamada, denunciando a violência sofrida em sua casa pela arbitrária Polícia Federal. "Imaginem, eu estava dormindo com caetano e eles invadiram". As mulheres urravam de indignação. Falaram vereadores, o presidente do PT, Marcelino Gallo, deputados estaduais Javier Alfaya, Zé das Virgens, Bira Coroa e o deputado federal Nelson Pelegrino. A prefeita Moema Gramacho, de Lauro de Freitas, sempre ali, ao lado de Luiz Caetano.

Depois de falar para a última equipe de TV, Luiz Caetano tomou a palavra. Relatou o acontecido, a invasão de sua casa, os abusos da Polícia Federal, a prisão em Salvador com pessoas desconhecidas, a viagem para Brasília, o reencontro com seus advogados. Luiz Caetano confirmou o já anunciado: vai abrir as contas da prefeitura para a Câmara Municipal acompanhar. Vai fazer uma auditoria extra em todos os contratos firmados. Denunciou os adversários políticos no município. A campanha começou, antecipada pela Operação Navalha e a ação desastrada da banda podre da Polícia Federal.

Foi isso que o deputado federal Nelson Pelegrino denunciou: a existência de uma banda podre na Polícia Federal e ouviu da ministra do STJ quase uma desculpa pelo mandado de prisão do prefeito Luiz Caetano. Os responsáveis vão ter que pagar. Os advogados já elaboram uma ação por perdas e danos.

Já passava das 14h30 quando sai de Camaçari. Voltei dirigindo e pensando: como será a manchete da TV Bahia? À noite vou conferir.

Comments:
Ô, por favor notifica o que a Tv Bahia falou da volta de Luiz Caetano. Tô em Sergipe e queria muito saber!
 
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