23 de abril de 2007
Agricultura familiar é agronegócio
O professor Ricardo Abramovay, da Faculdade de Economia e Administração da USP vem a Salvador. Aceitou convite para conferência no III Encontro da Economia Baiana, a se realizar em 13 e 14 de setembro próximo. Para o mesmo evento, Paul Singer, da Secretaria Nacional da Economia Solidária foi convidado e também aceitou. O III Encontro da Economia Baiana promete.
Ricardo Abramovay (FEA-USP) é um dos principais pesquisadores do país na área da agricultura. Vai esquentar os debates, porque ele considera que a agricultura familiar é parte do agrobusiness. Ao contrário do que prega o MST e setores da Igreja Católica, a agricultura familiar não está sendo ameaçada pela agricultura empresarial, caracterizada pela ocupação de grandes extensões de terra e emprego de trabalho assalariado.
Abramovay acredita que a reforma agrária faz sentido sob determinadas condições. Mesmo quando a economia começar a crescer, o mercado não vai ter condições de absorver toda essa massa de desempregados que eram assalariados.
Uma das alternativas, portanto, será fortalecer o empreendedorismo de pequeno porte tanto no campo como na cidade. A reforma agrária tem de ser vista por esse ângulo. Nos lugares onde os projetos agrários foram tratados sob essa ótica, os resultados têm sido bons.
Abramovay cita um exemplo. Ele acompanhou de perto um caso localizado em Valente, no semi-árido da Bahia, na região do sisal.
Ali, a associação da comunidade rural com uma organização não-governamental e o apoio de centros governamentais de pesquisa resultaram no desenvolvimento de um conjunto de técnicas para a produção e o beneficiamento do sisal, além da diversificação, dividindo a terra com a caprinocultura.
Hoje eles possuem uma fábrica de beneficiamento que já é a maior exportadora de produtos de sisal do País, com 600 operários em atividade. É um projeto profissional, que permitiu, entre outras coisas, eliminar o trabalho infantil – impensável antigamente.
Abramovay defende que a redistribuição de terras só com espírito do empreendedorismo. Os assentamentos só deveriam ser feitos quando fosse demonstrada sua viabilidade. Eles devem ser encarados como uma manifestação de iniciativa que envolve riscos, e não como fruto de uma eterna dívida social. A lógica de dar sem cobrar nada em troca é a lógica do saco sem fundo.
O professor afirma que o agrobusiness é composto basicamente por agricultores familiares, que conseguiram se firmar em setores modernos, como produção de aves, suínos, fumo. Produtos ligados a mercados internacionais
Para ele, agricultura familiar é aquela em que a propriedade, a gestão e a maior parte do trabalho vêm de pessoas que mantêm entre si vínculos de sangue ou de casamento. A tendência, com toda a família envolvida no negócio, é que os custos se dissolvam.
Quem observar a vida nessas propriedades, verá que eles trabalham muito, sem hora para parar, sem feriados. Essas propriedades agrícolas, cujas dimensões estão ao alcance da capacidade de trabalho de uma família, podem ser competitivas em relação às que se apóiam no trabalho assalariado. Isso não ocorre em nenhum setor industrial.
Ricardo Abramovay (FEA-USP) é um dos principais pesquisadores do país na área da agricultura. Vai esquentar os debates, porque ele considera que a agricultura familiar é parte do agrobusiness. Ao contrário do que prega o MST e setores da Igreja Católica, a agricultura familiar não está sendo ameaçada pela agricultura empresarial, caracterizada pela ocupação de grandes extensões de terra e emprego de trabalho assalariado.
Abramovay acredita que a reforma agrária faz sentido sob determinadas condições. Mesmo quando a economia começar a crescer, o mercado não vai ter condições de absorver toda essa massa de desempregados que eram assalariados.
Uma das alternativas, portanto, será fortalecer o empreendedorismo de pequeno porte tanto no campo como na cidade. A reforma agrária tem de ser vista por esse ângulo. Nos lugares onde os projetos agrários foram tratados sob essa ótica, os resultados têm sido bons.
Abramovay cita um exemplo. Ele acompanhou de perto um caso localizado em Valente, no semi-árido da Bahia, na região do sisal.
Ali, a associação da comunidade rural com uma organização não-governamental e o apoio de centros governamentais de pesquisa resultaram no desenvolvimento de um conjunto de técnicas para a produção e o beneficiamento do sisal, além da diversificação, dividindo a terra com a caprinocultura.
Hoje eles possuem uma fábrica de beneficiamento que já é a maior exportadora de produtos de sisal do País, com 600 operários em atividade. É um projeto profissional, que permitiu, entre outras coisas, eliminar o trabalho infantil – impensável antigamente.
Abramovay defende que a redistribuição de terras só com espírito do empreendedorismo. Os assentamentos só deveriam ser feitos quando fosse demonstrada sua viabilidade. Eles devem ser encarados como uma manifestação de iniciativa que envolve riscos, e não como fruto de uma eterna dívida social. A lógica de dar sem cobrar nada em troca é a lógica do saco sem fundo.
O professor afirma que o agrobusiness é composto basicamente por agricultores familiares, que conseguiram se firmar em setores modernos, como produção de aves, suínos, fumo. Produtos ligados a mercados internacionais
Para ele, agricultura familiar é aquela em que a propriedade, a gestão e a maior parte do trabalho vêm de pessoas que mantêm entre si vínculos de sangue ou de casamento. A tendência, com toda a família envolvida no negócio, é que os custos se dissolvam.
Quem observar a vida nessas propriedades, verá que eles trabalham muito, sem hora para parar, sem feriados. Essas propriedades agrícolas, cujas dimensões estão ao alcance da capacidade de trabalho de uma família, podem ser competitivas em relação às que se apóiam no trabalho assalariado. Isso não ocorre em nenhum setor industrial.
Comments:
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Agricultura Familiar visa a manutenção alimentícia da familia produtora, em que a comercialização dos produtos fica em segundo plano. O agronegócio, ao contrário, inverte a lógica, dando prioridade à comercialização, haja vista os donos das terras que investem em agronegócio, ser empresários e não agricultores, no sentido literal do termo.
Esse pesquisador é mais um ideólogo do agronegócio.
Esse pesquisador é mais um ideólogo do agronegócio.
Vagner rego critica a visão do autor, inclusive desclassificando-o. O fato é que através de pesquisas e análises críticas observa-se que estas famílias estão inseridas em contexto mais amplo e querem consumir. Nem sempre a comercialização fica em segundo plano. Aliás, tente enumerar uma unidade de produção familiar, cooperativa ou outro -sustentável, que não busca a comercialização.
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