28 de novembro de 2006

 

Paulo Souto mantém o discurso atrasado e melancólico

O governador da Bahia (até dezembro), Paulo Souto, acaba de inaugurar uma fábrica de sapato no sertão da Bahia. Em Santa Luz. Vi o noticiário oficial da TV-E. São algumas dezenas de empregos, é verdade. Paulo Souto não resistiu e repetiu seu derrotado discurso de campanha. Segundo ele, SÓMENTE a implantação de fábricas vão gerar empregos para tirar os milhões de brasileiros da miséria. Para bom entendedor, se SOMENTE a indústria pode gerar empregos e tirar os excluídos da miséria, de nada adianta o Bolsa Família. Paulo Souto é coerente. Ele e seu partido, o PFL, são contra o Bolsa Família, que eles chamam de Bolsa Esmola.

Por ignorância ou má fé, o PFL continua criticando o Bolsa Família. No Senado, o PFL cometeu a estupidez de aprovar um 13% salário para os beneficiários do Bolsa Família, mesmo sabendo que é inconstitucional, já que não se trata de relação trabalhista. O objetivo é jogar uma casca-de-banana para Lula. Nada mais do que isso. O negócio deles é a hegemonia do mercado. A mão invisível.

No segundo mandato de Lula, sob as bênçãos de 58 milhões de votos, os investimentos e o combate à miséria vão continuar, mas com o foco em geração de renda e emprego. E não necessariamente através da criação de fábricas. Pode ser através de investimentos em infra-estrutura e educação, por exemplo.

O fato é que o orçamento do Ministério de Desenvolvimento Social triplicou nos últimos quatro anos, com Lula. De R$ 22 bilhões em 2006, deve chegar a R$ 24 bilhões no ano que vem. Em 2002, a área social tinha R$ 8 bilhões para investir, menos que os recursos destinados este ano somente ao Bolsa-Família, programa que alcançou 11 milhões de lares em outubro. O total de famílias pobres calculado pela Secretaria Nacional de Renda e Cidadania do Ministério de Desenvolvimento Social é de 11,1 milhões de famílias.

Passada a fase mais crítica, de atendimento às necessidades básicas da população dos maiores grotões da miséria, o Bolsa-Família agora levará para o restante do país o que já acontece nas cidades-piloto do programa. Em municípios como Acauã e Paulistana, no Piauí, os contemplados freqüentam cursos profissionalizantes, formam cooperativas e expandem a economia local.

Em Acauã, onde 87% da população têm acesso ao Bolsa-Família, mais de 90% dos habitantes votaram em Lula. Na cidade-piloto do Fome Zero, Guaribas, o percentual de eleitores chega a 94%. Não é à toa que no Nordeste Lula obteve quase 80% dos votos.

Paulo Souto com seu capitalismo capenga na cabeça só consegue enxergar a montagem de fábricas. Até que todo o Brasil explodisse sua economia para gerar emprego para os miseráveis, toda uma geração de crianças estaria perdida, vitimada pela fome. Não dá para esperar somente a economia, o desenvolvimento... como se diz mesmo?...sustentável.

O PFL precisa se informar melhor. Não pode continuar a ser contra o povo. Chega a ser uma desumanidade. Com aumento na renda mensal, alguns beneficiários do Bolsa Família estão na ante-sala da classe média. Com a oportunidade de estudo, filhos de desempregados são matriculados em cursos profissionalizantes. Surgem manicures, cozinheiras, vendedoras, ao lado de maridos agricultores, que garantem com a roça a subsistência da família.

Dizer que o Bolsa Família é esmola ou que vicia o cidadão é mais um absurdo das elites políticas (e algumas religiosas) do Brasil. O segundo Governo Lula se prepara para enfrentar o desafio da pobreza nas grandes cidades. As metrópoles devem ser priorizadas, sem redução do Bolsa Família no interior. O fluxo migratório tem que ser retido. Não há tempo nem dinheiro para montar fábricas em busca do pleno emprego.

No fundo, no fundo Paulo Souto, ACM, PFL, eles acreditam é no Milagre Econômico da ditadura, quando a economia cresceu, mas os benefícios nunca chegaram aos cidadãos pobres do Nordeste.
Paulo Souto devia calar a boca. Está falando demais. E mal.

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