26 de novembro de 2006

 

Militantes da mentira são praga a infestar a mídia

Com uma ponta de inveja, adorei o texto de Lula Miranda na Agência Carta Maior. Os militantes da mentira são mesmo uma praga a infestar a grande imprensa. A praga é tamanha que consagrados jornalistas migram para a Internet, como Luis Nassif, Mauro Santayana, Mino Carta e Paulo Henrique Amorim. Como diz Lula Miranda, FHC nunca mais, ACM nunca mais, eles todos vão para a lata de lixo da história com Alckmin, Bornhausen, Jereissati, Severino Cavalcante, Jefferson de tal, Roberto Freire, Fernando Gabeira, Raul Jungmann e Michel Temer, entre outros.

LEIAM O ARTIGO E DESOPILEM O FÍGADO:
Os militantes da mentira caem em desgraça
Lula Miranda
Agência Carta Maior
Em um editorial recente, o jornal Folha de S.Paulo chamava de “militantes da mentira” todos os jornalistas, artistas e intelectuais que ocupavam espaço na mídia para defender o governo Lula – um espaço, diga-se, diminuto, exíguo diante das generosas páginas e minutos de TV utilizados, sem trégua ou limites quaisquer, para achincalhar o presidente, seu partido e seu governo. Não se passaram nem duas semanas do dia da publicação desse editorial e ficamos todos sabendo, de fato, onde estão abrigados os autênticos militantes da mentira – muitos deles, como não poderia deixar de ser, nas páginas da própria Folha, nas páginas do Estadão, da Veja e do Globo. E, claro, na tela do nosso big brother: a rede Globo de televisão. No caso da Folha, a carapuça lançada ao ar voltou, tal qual um bumerangue, e se assentou confortavelmente sobre a cabeça dos que, com a arrogância e autoritarismo contumazes de uma elite anacrônica, haviam inicialmente a atirado.

A matéria de capa da edição de nº 415 da revista CartaCapital é histórica (leia também a edição de nº 416). Serve como uma espécie de divisor de águas para o nosso jornalismo. Nela, ficou evidenciado que jornalistas, acumpliciados com seus chefes imediatos, e nem tão imediatos assim, mentiram e falsearam informações desavergonhadamente, ferindo gravemente o código de ética da profissão no episódio do vazamento das fotos do dinheiro que supostos petistas utilizariam para comprar o dossiê Serra/Barjas/Vedoin. Não se trata de ser contrário à divulgação das fotos, de evidente interesse jornalístico, ou de não preservar o sagrado sigilo da fonte (assegurado pela Constituição). Não se trata disso. Mas sim de utilizar-se de uma mentira, subscrevendo-a, para esconder a farsa e as intenções políticas de um delegado contraventor a serviço de interesses escusos. E, o mais grave, escrever e publicar (ou levar ao ar) matérias feitas sob medida para dar credibilidade a essa armação. Esse é o “xis” da questão. Isso é gravíssimo e exigiria, sem dúvida, algum tipo de punição e retratação dos envolvidos.

Porém, Mister OFF [referência a Otávio Frias Filho] calou-se. Da Folha viu-se apenas uma frágil e insuficiente manifestação no Painel do Leitor em resposta a uma carta de um leitor. A manifestação do ombudsman, em sua coluna semanal, foi por demais condescendente para com o jornal – também absolutamente insuficiente, a meu ver. Já Ali Kamel, da rede Globo, manifestou-se à farta. Mas seus argumentos foram um a um desconstruídos ou desmentidos por diversos jornalistas – tais como Paulo Henrique Amorim, Mino Carta e Ricardo Boechat, da TV Bandeirantes. Como Frias, na Folha, Kamel é o “Ratzinger” da Globo – o guardião da doutrina da fé. Que fé? A fé do Opus Dei. A fé dos “Ratzingers”. A Fé da direita. A fé das elites conservadoras, retrógradas. A fé dos escravocratas – de antanho e dos dias atuais.

Os “militantes da mentira”, na verdade, são como uma praga a infestar a grande imprensa. Praga que já compromete, de certo modo, não só a colheita de toda uma geração (de jornalistas, não de camponeses, que fique claro), mas toda a plantação – por assim dizer. E, por mais grave, acaba por devastar/desertificar o próprio solo. Metáforas à parte, o fato é que com tanta mentira, manipulação e desonestidade não há credibilidade que resista. E sem credibilidade não há veículo da imprensa que sobreviva ao tempo e à verdade factual, que com o tempo se impõe.

Mas nem só de militantes da mentira sustenta-se a nossa mídia. Graças, em grande parte, ao número cada vez maior de usuários da internet, a vida inteligente ousa vicejar em outros sítios e campos – remetendo-nos de volta à nossa metáfora inicial de plantações, colheitas e lavouras. Em outras palavras: nem só de grande imprensa sobrevive a mídia. Outros campos verdejam mais além. Outras lavouras nem tão arcaicas.

Provectos jornalistas, inicialmente consagrados pela grande mídia, como Luis Nassif, Mauro Santayana, Mino Carta e Paulo Henrique Amorim, migraram para mídias alternativas como blogs, bligs, sites, agências de notícias e outros meios. Aí reside, hoje, a graça da mídia. A internet é hoje, finalmente, uma mídia cheia de graça, cheia de encantos, elegância, frescor, airosidade.

Não à toa, recebi, na semana passada, alguns depoimentos de amigos, leitores e “blogueiros” que me diziam já não encontrar um exemplar sequer de CartaCapital nas bancas – os jornaleiros diziam-lhes que já tinham vendido todo o “reparte”. Em contrapartida, pilhas de Veja, Folha e Estadão mofavam, jaziam inertes, sem vida, nas bancas – sim, pois são os nossos olhos e mentes que lhes dão vida e sustentação, sem a nossa legitimação eles não existem. Há de chegar o dia em que todos se dêem consciência de que esses jornais e essa revista só servem mesmo para embalar peixe ou legumes na feira. O lugar desses veículos é, pois, no fim de feira, a lata de lixo.

Assim como é a lata de lixo da história o lugar de certos personagens da nossa política. Oligarcas como ACM, Jorge Bornhausen, FHC, Tasso Jereissati, Severino Cavalcante, Roberto Jefferson – e que esse seja o lugar deles, de fato (o lixo da história), e não apenas a redentora metáfora do descarte que aqui se anuncia. Os políticos velhacos, nefastos e a imprensa sórdida em seu devido lugar: a lata de lixo da história.

Quem sabe assim consigamos nos livrar dessa “raça” para sempre. Quem sabe possamos ver transformadas em realidade as palavras de um certo emir (o nosso Emir - o Sader). Quem sabe esse, que afinal traz no nome a sina, o “sema”, a dignidade de ser um descendente do Profeta – e é, sem dúvida, um militante da verdade –; quem sabe seja ele mesmo o porta-voz da palavra, santa e sábia dos deuses. Repitamos com ele, pois. Repitamos com fé, força e vontade – com galhardia, com coragem. Repitamos em conjunto, em uníssono – como uma espécie de mantra, como uma espécie de oração. Repitamos todos:

“FHC nunca mais. [ACM, Alckmin, Bornhausen, Jereissati, Severino Cavalcante, Jefferson, todos os coronéis, seus capatazes e capitães do mato (Roberto Freire, Fernando Gabeira, Raul Jungmann, Michel Temer), nunca mais]. Nunca mais ricos governando em nome dos ricos, com falsas promessas para os pobres. Nunca mais um governo vassalo dos EUA. Nunca mais um governo que criminaliza os movimentos sociais. Nunca mais um governo que desmantela e privatiza o patrimônio público. Nunca mais um governo que dissemina a educação privada em detrimento da educação pública, que promove a mercantilização da cultura. Nunca mais FHC [e seus iguais]. Nunca mais tucanos-pefelistas. Nunca mais governos que concentram ainda mais a renda no Brasil, que vendem a Amazônia para ser vigiada pelas raposas do Império. Nunca Mais!”

Gritemos todos em uníssono, com vigor e alma, como uma única voz: nunca mais! Nunca mais! O que nos remete ao corvo de Poe, que foi bater suavemente aos seus umbrais, como “uma visita tardia” a acalentar-lhe a alma tão sofrida, e lhe disse, ao final do seu famoso poema (e parece dizer-nos também agora): “Libertar-se-á... nunca mais!"

Nunca mais militantes da mentira a contaminar a alma e a consciência do povo desse país! Nunca mais.

Nunca mais a direita no poder nesse país! Nunca mais.

Nunca mais. Nunca mais.

Fonte: http://agenciacartamaior.uol.com.br/

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