4 de setembro de 2006

 

Em entrevista, as pérolas do pefelista Bornhausen

Fonte: blogdodirceu.blig.ig.com.br - 04/09/2006 10:36

Imperdível a entrevista de Jorge Bornhausen, presidente do PFL, publicada hoje pela Folha. Uma peça, como a entrevista de Tasso Jereissati, que revela a estatura política e moral dos personagens. Bornhausen, por exemplo, reconhece o golpismo, ao afirmar diretamente “eu nunca me preocupei com respaldo na sociedade”, mas nega na entrevista.

A entrevista tem pérolas como a explicação cínica para o envolvimento de membros do PFL com os sanguessugas: foi o governo que “cooptou” os parlamentares do seu partido. Além disso, é falsa, porque é público que o governo teve apoio de parlamentares do PFL (liderados por Sarney, ACM e Siqueira Campos) e que os sanguessugas nada têm a ver com apoio no Congresso ao governo. É corrupção comprovada e descoberta pelo governo Lula.

Mais grave é a tentativa de comprovar que “Lula sabia”. Como ele foi chefe da Casa Civil de Collor, acha que pode afirmar que “Lula sabia” ao mesmo tempo em que revela que o PFL e ele defenderam Collor até o final sabendo de sua participação – ou não é isso que se deduz de sua afirmação absurda para justificar as acusações infundadas contra Lula?

A entrevista é uma peça rara. Nela, Bornhausen revela que o PFL terá candidato em 2010, ou seja, que a aliança com o PSDB não sobreviverá à derrota de Geraldo Alckmin. Termina à altura do personagem, que nega ter sido foi racista ao se referir à militância do PT, mas acusa do PT de ligação com o PCC, apoiando-se em uma das maiores manipulações do aparelho de Estado já vista no Brasil: o uso que é feito em São Paulo dos inquéritos policiais, com a cumplicidade e o silêncio de grande parte da mídia.

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